“Realizo um dos três sonhos que tenho desde que entrei no atletismo de fato: ser motivo de orgulho para o meu pai! Mostrar que sou boa atleta, integrar uma seleção e representá-lo como meu pai e técnico”. Estas são palavras carregadas de emoção da jovem atleta Rayssa Romão Rodrigues, filha de Cremilson Julião Rodrigues, treinador da APA/TCPP/Semepp/Talento Olímpico (Associação Prudentina de Atletismo / Tênis Clube de Presidente Prudente / Secretaria Municipal de Esportes), após a notícia da sua convocação para o Campeonato Sul-Americano Sub-23, em Bucaramanga, na Colômbia, do dia 27 a 29 de setembro de 2024.
Rayssa diz que as coisas aconteceram muito rápido e ainda nem teve tempo de sentar para conversar com seu técnico sobre expectativas, saber quais são os planos, como irá para a competição. “Todo atleta almeja ter êxito, representar bem o seu país. E de fato essa é minha expectativa: representar muito bem o Brasil, fazer uma boa marca e, claro, se possível, voltar com uma medalha. Mas, acima de tudo, quero me divertir, aproveitar esse momento, essa minha primeira seleção!”, destaca extasiada a atleta.
Para Cremilson, falar sobre sua filha e atleta compor a seleção brasileira é muito fácil. Ele enfatiza que Rayssa é uma atleta que além da velocidade e potência, tem como qualidade a determinação, o foco e a resiliência exigida no alto rendimento. “Ela é merecedora dessa convocação, pois há oito anos vem se dedicado ao atletismo intensamente, ‘batendo na trave’ em outras seleções, e por fim chegou a sua vez! Física e tecnicamente se encontra pronta para dar o seu melhor. Como treinador é motivo de muito orgulho e certeza de dever cumprido!”, acentua o pai e treinador da jovem.
“Passei o ano rezando e brigando por essa convocação”
Rayssa começou a competir sério aos 15 anos (último ano de Sub-16). O sonho da primeira seleção aos 16 anos (primeiro ano de Sub-18). Em 2020, estava dentro do Sul-Americano Sub-18, mas por conta da pandemia, foi cancelado. Em 2022 estava dentro do Pan-Americano Sub-20, desta vez, saindo da pandemia, vários países desistiram do campeonato e este também foi cancelado. Em 2023 ela entrou na categoria Sub-23, qual o atleta fica por três anos, e o Sul-Americano que ocorre de dois em dois anos, no caso agora 2024, então só teria uma oportunidade de ir para o campeonato nessa categoria. “Passei o ano rezando e brigando por essa convocação”, conta.
Os critérios para estar no Sula eram dois: 1° lugar do Campeonato Brasileiro e até a 5ª posição no ranking Sul-Americano Sub-23. Ela ficou em 4° no Brasileiro, e no ranking havia outra brasileira na sua frente, mas esta abriu mão da competição antes da convocação. “Então eu sabia que havia uma possibilidade de eu ser convocada, mas teria que estar entre as cinco primeiras do ranking sul-americano”, frisa.
A grande notícia
No dia da convocação ela conta treinou de manhã e pela tarde fez várias coisas em casa, e não entrou nas redes sociais. Até que por volta das 18h, estava se preparando para ir pra faculdade quando começou a ser bombardeada por mensagens de “parabéns pela convocação”. Sem entender nada entrou no Instagram da Cbat (Confederação Brasileira de Atletismo) e viu que haviam postado que a live de convocação seria às 17h.
“Entrei correndo no YouTube, voltei a live procurando meu nome e quando vi, comecei a chorar na hora. Liguei pra minha mãe, ela achou até que alguém tinha morrido [gargalha]. Meu pai começou a me ligar achando que eu não tinha visto. Ficamos muito felizes. Eu me senti muito grata, porque seria minha última oportunidade de pegar uma seleção, antes de ir pra categoria adulta brigar com os leões! E porque estava bem desanimada pós-Campeonato Brasileiro!”, narra a jovem.