Neste domingo, Elaine Santiago da Silva, de 44 anos, foi sepultada no Cemitério Municipal de Monte Castelo. Sua história, como tantas outras, se encerra de forma trágica. Ela foi encontrada no sábado, enterrada na própria garagem, vítima de feminicídio. O autor? Seu companheiro, um pastor de 55 anos, agora preso preventivamente após ser autuado em flagrante por feminicídio e ocultação de cadáver.
Diante dessa brutalidade, surge a pergunta: até quando? Até quando notícias como essa continuarão a invadir nossas páginas, a manchar nossos dias com sangue e sofrimento?
O feminicídio não é uma estatística distante. São vidas interrompidas, famílias destruídas, histórias silenciadas. É a manifestação máxima de um ciclo de violência que muitas vezes começa de maneira sutil, com agressões verbais e psicológicas, e termina no pior cenário possível. A morte de Elaine não é um caso isolado; ela reflete uma crise social que persiste e se aprofunda.
A legislação brasileira avançou ao reconhecer o feminicídio como crime hediondo, mas o número crescente de casos evidencia que apenas leis não bastam. A prevenção começa muito antes de chegarmos às manchetes. É preciso uma mudança cultural profunda, uma desconstrução dos papéis de gênero que alimentam a violência e a opressão. Enquanto a sociedade fechar os olhos para os sinais de abuso, enquanto vítimas forem silenciadas pelo medo e pela vergonha, continuaremos a enterrar mulheres como Elaine.
É urgente fortalecer redes de apoio, educar desde cedo sobre respeito e igualdade, oferecer proteção real para quem denuncia. Cada vida perdida é uma derrota para todos nós, e enquanto o feminicídio continuar a ser uma realidade, estaremos falhando como sociedade.
Até quando vamos nos acostumar a ver essas tragédias? Até quando?