A 8ª edição do Mutirão do Lixo Eletrônico havia arrecadado, até o meio-dia de ontem, pelo menos 55 toneladas de lixo eletrônico, sendo 45 mil quilos no ponto do Parque do Povo e outros 10 mil quilos do bairro Ana Jacinta, em Presidente Prudente. A expectativa era de encerrar os trabalhos, às 16h de ontem, com a arrecadação de pelo menos 80 toneladas. Conforme o titular da Setec (Secretaria Municipal de Tecnologia da Informação), Rogério Marcus Alessi, esta é a maior iniciativa do segmento realizada no Brasil.

Expectativa era de arrecadar 80 t até o final do mutirão
De acordo o secretário, todo material será encaminhado à Mauá (SP), onde será desmontado, separado e retornará ao meio ambiente como nova matéria-prima. "É importante salientar que a destinação só é realizada por empresa que tenha autorização da Cetesb para tal fim, além dos ISOs 9000 e 14000, certificados de gestão de qualidade e gestão ambiental", ressalta. Alessi acrescenta que todo o custo da logística de transporte do material é bancado pela empresa.
Além do recolhimento de lixo eletrônico como aparelhos de som, televisores, computadores, impressoras, monitores de vídeo, celulares, carregadores, transformadores com fios, cabos, pilhas e baterias, o mutirão contou com caminhões da Prudenco para recolhimento de materiais recicláveis como caixas de papelão, plásticos, e outros.
Voluntários
No mutirão, cerca de 250 voluntários auxiliavam no trabalho, entre eles estudantes e professores da Fipp (Faculdade de Informática de Presidente Prudente) da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), bem como funcionários da Setec. A estudante Cíntia Diniz, 22, por exemplo, informou que decidiu auxiliar na ação por conta da importância de dar a destinação correta ao lixo eletrônico que, caso jogado de qualquer jeito, causa grandes danos ao meio ambiente.
A estudante Tamires Pereira, 23, por sua vez, participou do mutirão como voluntária pela segunda vez e afirmou que não esperava que tantas pessoas guardassem de fato o lixo eletrônico, esperando pela realização da iniciativa para poder dar o destino correto aos resíduos. "O pessoal guarda mesmo e até aparelhos grandes como televisão, ou coisas menores como celulares e carregadores", pontua.
O empresário Silmar Dolfini, 49, por exemplo, trouxe computadores, monitor, telefone e calculadora ao mutirão, produtos que manteve acondicionados em sua casa à espera da realização da iniciativa. "Se não esperarmos por esta ação, não teríamos como descartar corretamente essas coisas, e como elas ficariam? Jogadas na rua?", declara. O artista Sebastião Mariano da Silva, 65, por sua vez, acrescenta que levou materiais para o Parque do Povo, o que não traz benefícios apenas a ele, mas a seus filhos e netos, que contarão com um meio ambiente mais preservado e menos degradado. Além de poder descartar o lixo eletrônico, os participantes do mutirão concorreram ontem a dez bicicletas, um videogame, um tablet e um notebook, prêmios oferecidos pela Unoeste. O sorteio foi realizado após o encerramento da ação.