Associação dos Cegos participa da 1ª sessão de audiodescrição, em PP
Muitas vezes tem trilha sonora, mas o que está acontecendo por trás da música? Então é isso, eles visualizam o longa-metragem e para eles é muito importante", ressalta.
Teve início ontem, na Sala de Cinema Condessa Filomena Matarazzo, do Centro Cultural Matarazzo, em Presidente Prudente, o projeto Cine Inclusivo, promovido pela Secult (Secretaria Municipal de Cultura). Serão duas sessões de filmes audiosdescritivos, às 9h e às 13h, e sempre na primeira quinta-feira de cada mês.
"É especialmente voltado à pessoa com deficiência visual, pois a mesma tem muita dificuldade de entender o filme em uma sala de cinema comum. Com a audiodescrição, eles entenderão melhor, participarão da sessão. Assim, estamos fazendo a inclusão dessas pessoas nesta cultura importante que é o cinema", destaca Sônia Vilela, coordenadora da Biblioteca Municipal Doutor Abelardo de Cerqueira César.
Projeto teve início ontem na sala de cinema do Matarazzo
Embora seja voltado aos deficientes visuais, ela afirma que o Cine Inclusivo está aberto a toda comunidade. "Daremos preferência ao público-alvo, mas o filme, além da audiodescrição, tem também imagem e fala", pontua, complementando que aos deficientes visuais a exibição do filme é um momento de cultura e lazer, o que agora pode ser encontrado no Matarazzo.
Para Eliete Marguti, coordenadora da Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos, que participou da primeira sessão, a audiodescrição facilita muito a "visualização" do público com relação ao filme. "Nós enxergarmos a cena e temos a noção de como são as coisas, eles não. Alguns já enxergaram um dia e têm uma leve noção de como é. Mas quem nunca enxergou não tem noção de como é a cena de um filme. Assim sendo, a esta iniciativa veio para ajudar, e muito, essa relação. Muitas vezes tem trilha sonora, mas o que está acontecendo por trás da música? Então é isso, eles visualizam o longa-metragem e para eles é muito importante", ressalta.
A partir da audiodescrição, Marguti acredita que aqueles que têm deficiência visual ficam mais críticos. "Depois da exibição, eles conseguem fazer a crítica do que foi bom. Então para eles é autonomia, pois sabem o que aconteceu. Prudente, hoje, está dando um grande passo por trazer a audiodescrição. Entendemos que não é só para o deficiente visual. O idoso vai entender melhor o filme, o deficiente mental, enfim. Não é só para o visual. O filme audiodescritivo ajuda toda população", conclui.