A Arsesp [Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo] acaba de aprovar o contrato entre as empresas Usina Cocal e GasBrasiliano, no projeto Cidades Sustentáveis, que fornecerá o abastecimento do chamado biogás, que é o gás gerado a partir do processamento de resíduos da cana-de-açúcar. O investimento estimado para a implantação do projeto na região de Presidente Prudente é de R$ 160 milhões, sendo R$ 130 milhões da Cocal para a produção do combustível e R$ 30 milhões da distribuidora para construir 65 quilômetros de duto.
O projeto aprovado é pioneiro e colocará os municípios de Narandiba, Presidente Prudente e Pirapozinho em destaque nacional no que diz respeito ao biogás. De acordo com a Usina Cocal, em relação ao andamento do projeto, a implantação da nova planta industrial segue de acordo com o planejado, uma vez que já foi finalizado o projeto de engenharia básica e agora tem início o processo de terraplanagem e contratação da obra civil. A previsão de partida da planta é abril de 2021.
Os três municípios serão os primeiros abastecidos com o biometano no país, e o insumo irá atender indústrias, comércios, residências e veículos leves e pesados GNV [movidos a gás natural] dos municípios. A unidade terá capacidade de ofertar até 24 mil metros cúbicos de biometano por dia e a distribuição será feita pela GasBrasiliano.
Conforme já havia informado a este diário, o presidente da GasBrasiliano, Walter Fernando Piazza Júnior, afirmou que a capacidade de produção do biometano na região é muito grande. Isso porque, estima-se que pode chegar à ordem de 10 milhões de metros cúbicos por dia e isso “é o equivalente ao ‘Pré-Sal’ do oeste paulista, pois representa quase 70% do que é consumido no Estado”.
Já o diretor-superintendente da Cocal, Paulo Zanetti, em declaração também a este diário, afirmou anteriormente que a demanda por biogás na região do oeste paulista tem aumentado significativamente nos últimos anos e, como produzir energia limpa e renovável é uma das frentes de negócio da empresa, identificou-se uma tecnologia capaz de garantir a produção desse gás por 12 meses, e não apenas no período de safra.
O biometano é considerado pelo mercado uma alternativa econômica e ambientalmente viável para incrementar e diversificar a matriz energética nacional, sendo que, a partir disso, será possível explorar mais uma forma de energia proveniente da cana-de-açúcar, cujo objetivo é o de promover o desenvolvimento sustentável.
SAIBA MAIS
Conforme a ANP (Agência Nacional do Petróleo), o biometano é um biocombustível gasoso obtido a partir do processamento do biogás. Por sua vez, o biogás é originário da digestão anaeróbica de material orgânico - decomposição por ação das bactérias, composto principalmente de metano e dióxido de carbono. “É produzido a partir de produtos e resíduos orgânicos agrossilvopastoris, resíduos agrícolas, estercos animais, esgoto doméstico e resíduos sólidos urbanos.