Em 2020, o arroz, presente na cesta básica, teve a maior alta desde 2008. Neste ano, segundo o Índice de Preços dos Supermercados, foram 25,7% de aumento, calculado pela Apas (Associação Paulista de Supermercados). No mesmo caminho, estão o óleo e o leite. O que elevou o preço é famigerada lei da oferta e demanda. Há mais pessoas procurando do que produtos à disposição para compra.
Uma das ferramentas que o governo dispõe para regular oferta e demanda são os estoques. No caso do arroz, mesmo ao somar os estoques do governo e dos produtores, eles são baixos para enfrentar tal situação. Ficamos sem o seguro para um eventual desequilíbrio da oferta e demanda do produto no país. Soma-se ao fato, segundo a Apas, a diminuição da produção de outros países pelo mundo. Nós não temos muito arroz para o nosso consumo e os países de fora estão precisando, naturalmente procurarão comprar o nosso.
Há vários motivos para a alta: aumento do consumo do arroz, dólar alto, mais demanda para exportação, estoque baixos
A maior procura é o suficiente para subir os preços ofertados, contudo, o dólar a mais de R$ 5 estimula o produtor brasileiro a vender para fora e, com isto, o aumento da exportação de arroz foi de 73,5% em plena crise, segundo o portal metropole.com. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, esclarece que "esse foi o primeiro ano que o produtor rural de arroz teve [...] lucro. Trabalharam no vermelho há muitos anos”.
Então, pode-se identificar vários motivos para a alta: aumento do consumo do arroz, dólar alto, mais demanda para exportação, estoque baixos. A subida da comodity virou até meme como o da Ana Maria Braga que fez um colar de arroz e o trata como uma de suas joias. Contudo, está claro que faltou planejamento governamental quanto aos estoques regulatórios, a cota de 400 mil toneladas de taxa zero na importação não resolve o problema. Teremos que esperar a próxima safra para resolver de fato este problema e torcer que o óleo e o leite não sigam o mesmo caminho.