O advogado Ariel de Castro Alves, nascido em Presidente Prudente, assumiu na semana passada a presidência do grupo “Tortura nunca mais” de São Paulo, depois de ter sido eleito no sábado, dia 26 de junho, Dia Mundial de Apoio às Vítimas de Tortura. Ariel foi escolhido por consenso na Assembleia dos membros da entidade, após ter sido convidado pela ex-presidente e atual presidente de honra do grupo, a jornalista Rose Nogueira. A entidade foi criada em 1976 e costumava ser presidida por ex-presos e perseguidos políticos durante a ditadura, diferentemente do perfil do advogado, que nasceu em 1977 e é um ativista de direitos humanos da geração pós-ditadura militar.
“Fico muito honrado em ter sido escolhido para presidir pelos próximos 2 anos uma das entidades mais antigas, notórias e tradicionais na defesa dos direitos humanos do país, num dos momentos mais difíceis e conturbados do Brasil desde a redemocratização, com o atual governo do presidente Jair Bolsonaro”, afirma o advogado, que milita na defesa dos direitos humanos há mais de 25 anos, principalmente na defesa dos direitos da infância e juventude, tendo sido coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos e membro do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos de São Paulo), Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), da Comissão Nacional da Criança e do Adolescente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, da Justiça Global, da Ação dos Cristãos Contra a Tortura, entre outras instituições. Com 44 anos de idade, Ariel é advogado há 21 anos, e especialista em políticas de direitos humanos e segurança pública pela PUC-SP. Atualmente, ele também é membro do Indica (Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), sediado em Brasília (DF).
O grupo “Tortura nunca mais” de São Paulo foi criado em 1976, com o objetivo de lutar pela democracia no país, enfrentando e denunciando a ditadura civil-militar instalada em 1964. A iniciativa foi de ex-presos e perseguidos políticos, além dos familiares de mortos e desaparecidos na ditadura. Só em 1987, o grupo formalizou-se como Organização da Sociedade Civil. Na sua fundação teve apoio de personalidades, como o cardeal arcebispo emérito de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Sobel, o pastor James Wrigth, todos já falecidos, entre outros. Ariel terá como vice-presidente, o médico psiquiatra Paulo César Sampaio. E também fazem parte da diretoria do grupo, as jornalistas Vilma Amaro e Rose Nogueira, entre outros membros.