Você sabe falar não para seu filho? Se sente culpado e deprimido quando não atende a um pedido dele? Pois bem! João Guilherme, 4 anos, nunca foi de pedir nada, é daqueles que dá tranquilamente para levar às compras e ao shopping, sem gastos extras. Quando tinha uns dois anos, estávamos em um supermercado, logo após uma data comemorativa na qual havia sido presenteado, e ele me pediu um boneco do Hulk, de 10cm e R$ 39,90, e eu disse "NÃO". Expliquei a razão, mas ele chorou com a negativa. E não foram poucas lágrimas! Confesso que dilacerei meu coração, não era algo caro, mas eu precisava ensiná-lo a lidar com a frustração e que existe o tempo correto para presentear... Estamos falando de tempo, não de data...
A vida não nos dá tudo que queremos. O "não" tem papel indispensável no desenvolvimento da criança, para que se torne um adulto mais seguro diante das perdas... Nem sempre ganhamos no futebol, no videogame, na competição escolar, em sorteios, na vaga no mercado de trabalho. Ainda temos de lidar com a desigualdade social, em não sermos correspondidos no amor, a não termos o ponto de vista aceito... Enfim, a compreender o fato de nem sempre estarmos na zona de conforto. Ajudar nossos filhos a lidar com o "não" e fazê-los entender a razão os tornará mais resilientes. Desta forma, compreenderão a frustração e o caminho para vencê-la. Ao mesmo tempo, aprenderão a esperar, a entender que nem sempre terão tudo na hora em que querem.
No artigo “Corrija seus filhos”, citamos que, desde muito cedo, o ser humano necessita ser lapidado e os responsáveis por sua formação não podem negligenciar a obrigação de assumir o papel e colaborar neste processo. Nesta edificação, os pequenos estão à espera do "não", do “sim", do "pode", "não pode", do direcionamento... Dialogar e orientar são verbos de batalha.
A cada dia mais, pais abarrotam seus filhos com brinquedos, passeios, atividades e outros presentes... Querem suprir a ausência física com a oferta de bens materiais. Da mesma forma, quando estão próximos dos filhos não desejam cobrar, chamar a atenção, corrigir, se indispor... Acreditam desperdiçar o tempo juntos...Puro engano!
Presentear também é razão para educar. Sem exageros e com motivos! Aniversário, Natal, Páscoa e um mimo quando possível... Mais que saber lidar com o não, é indispensável que as crianças estabeleçam uma relação afetiva saudável com o que recebem, seja dos pais, dos amigos ou parentes... Assim, aprenderão a valorizar cada bem adquirido como único e especial.
Brinquedos não compram atenção, carinho, amor, educação, respeito ou ocupam a ausência dos pais. Da mesma forma, de nada adianta uma série deles se não há companhia familiar para desfrutá-los. Não tenha receio em falar não, mesmo que hoje seu tempo seja limitado para com seus filhos. Ensine-os a cuidar de seus pertences, a brincar sem destruir, a compartilhar seus brinquedos, a merecer o presente e a doar! Desta forma, teremos cidadãos mais conscientes de valores, solidários e menos egoístas! E, acima de tudo, felizes!
Dica de Leitura
PAPAI COMÉDIA – DA DESCOBERTA AO PARTO HUMANIZADO
Este livro tem o objetivo de aproximar mais o pai da gravidez, um momento tão especial na vida do casal, e também de mostrar para as mães que o pai é capaz de viver essa experiência intensamente. Para o homem a ficha demora um pouco mais para cair, mas, quando o pai ouve pela primeira vez o coração do seu filho pulsando, tudo começa a fazer sentido. Que todo pai dê muitas risadas, contando o tempo em semanas, explorando o bizarro mundo dos desejos de grávidas e dormindo ao som de gases incansáveis. Que todo o pai descubra com este livro que cada semana de gestação é um novo capítulo da história mais incrível de todas. E que esteja sempre presente para os melhores momentos da vida, como seus filhos precisam que ele esteja.
Autor: Fernando Strombeck
Editora: Belas Letras
Páginas: 112
Preço: R$ 23,90 (pré-venda)
No blog Papai Educa
Os jogos online têm feito pais ou responsáveis ficarem em alerta para os riscos que crianças e adolescentes estão expostos, tanto no ambiente virtual como também fora dele. Além do medo, a discussão sobre o tema deu espaço para reflexões que talvez nunca tenham sido feitas antes, como a importância de estar presente no dia a dia dos filhos, de fazer com que ele se sinta amado e protegido e, além disso, o quanto é essencial a integração da família. A terapeuta ocupacional Helenise Helena Vieira defende que as brincadeiras e atividades recreativas são opções para um bom relacionamento entre pais e filhos. Leia mais no blog www.papaieduca.com.br
Leandro Nigre é pai, jornalista, especialista em Mídias Digitais, editor-chefe do jornal O Imparcial, e idealizador do projeto Papai Educa www.papaieduca.com.br. Contato: [email protected]