Por volta das 15h de ontem, no Plenário da Câmara Municipal de Presidente Bernardes, o ex-vice-prefeito do município, Reginaldo Luiz Ernesto Cardilo (PP), mais conhecido como Nadinho, foi empossado como novo chefe do poder Executivo. A ação foi feita, após o até então prefeito, Luccas Inague Rodrigues (PP), pedir renúncia do cargo, em uma carta entregue ao Legislativo, ainda na manhã de ontem.
O presidente da casa de leis, Adilson Carlos Lopes de Vilhena (Podemos), declara à reportagem que Luccas compareceu na sede do órgão e apresentou o documento com a intenção de abdicar do cargo, sob o “motivo de foro íntimo”, conforme consta na carta. “Ele não quis explicar exatamente o que levou à decisão, mas disse que não tinha mais como ficar. Em respeito à vontade dele, nós continuamos com os procedimentos padrões”, completa.
Com isso, Vilhena lembra que foi feita uma reunião com a presença da Legislatura, Luccas e o vice-prefeito, no qual esse último demonstrou interesse em assumir o cargo. “Com a renúncia feita e, consequentemente, a vacância do cargo ocorrida, Reginaldo foi indicado e no mesmo dia empossado como prefeito”.
Em contato com o novo chefe da administração municipal, Reginaldo afirma que “não era um vice atuante”, mas que o cenário agora será outro. Questionado sobre os atrasos nos salários dos servidores, noticiados ontem em O Imparcial, ele argumenta que a resolução de tal problema será uma das prioridades de seu governo, “assim como repasses ao hospital, creche e asilo da cidade”, comenta. Mas antes disso, o prefeito pretende fechar a Prefeitura por uma semana, para analisar os cofres públicos e se inteirar.
Sobre a decisão de Luccas, ele destacou que não foi uma surpresa, pois há dias vinham conversando sobre a situação. “A ideia foi amadurecendo e por motivos particulares ele resolveu sair”, aponta. Por fim, Reginaldo também lembra da trajetória dos dois, no qual chegaram a ser presos. “A gente passou por muita coisa difícil, mas vencemos eleitoralmente”, finaliza.
Assim como ele, Luccas também foi procurado pela reportagem para falar sobre a situação, mas não enviou reposta, até o fechamento desta edição.
Histórico
Como noticiado pelo O Imparcial, Luccas e Reginaldo já foram alvos da Justiça. Em dezembro de 2016, ambos os políticos chegaram a ficar presos por quatro dias, após terem sido acusados de coação de testemunhas. Um inquérito da polícia atestou a prática e, em janeiro de 2017, a 165ª Zona Eleitoral condenou os dois.
Em segunda instância, no entanto, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo), em dezembro do ano passado, modulou a decisão e garantiu a permanência de Luccas e Reginaldo, respectivamente, aos cargos de prefeito e vice-prefeito.