APL quer região referência em produção de software

Neste sentido, todas as participantes do projeto são obrigadas a fazer o curso com órgão qualificador do governo, pagando 20% dos gastos, sendo os outros 80% financiados pelo Sebrae.

REGIÃO - Elaine Soares

Data 22/05/2014
Horário 08:00
 

Porque eu compraria um software na região de Presidente Prudente e não em outro lugar? É buscando uma resposta positiva para esta pergunta que um grupo de empresários do ramo trabalha desde 2011, quando foi fundado o APL (Arranjo Produtivo Local) Software do Oeste Paulista. A ideia do projeto, que conta com 25 empresas em sua governança, é fazer com que nos próximos dez anos, a região seja referência em produção de software no Brasil.

Para isso, diversas ações têm sido realizadas com o intuito de fomentar o setor. Como resultado de um trabalho articulado com o governo do Estado, em breve, a cidade receberá um laboratório de teste e uma central de competitividade e melhoria de qualidade. Em fase de licitação, o laboratório funcionará nas dependências da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) e receberá investimento de R$ 300 mil. Ele terá o objetivo de garantir a qualidade dos programas desenvolvidos pelas empresas da região. "O laboratório é pioneiro para esta finalidade neste segmento", diz o membro do comitê gestor do APL, Émerson Silas Dória. A instalação da central, por sua vez, já está autorizada. Quando em funcionamento, ela prestará suporte a usuários de software produzidos pelas empresas regionais. A central funcionará em sala localizada no edifício comercial que fica na esquina das avenidas Coronel José Soares Marcondes e Washington Luiz, em Prudente.

Além destas duas conquistas que serão um diferencial para o setor na região, a APL, com o apoio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), busca a certificação das empresas no programa MPS.BR (Melhoria do Processo de Software Brasileiro). Neste sentido, todas as participantes do projeto são obrigadas a fazer o curso com órgão qualificador do governo, pagando 20% dos gastos, sendo os outros 80% financiados pelo Sebrae.

Após o término do curso, uma avaliação é solicitada para a obtenção do certificado. Como relata o presidente da APL, Evandro Carlos Martins da Costa, o arranjo local conta com uma única empresa certificada, porém, a meta é que todas consigam este feito. "Este é um processo muito caro, mas estamos trabalhando no sentido de reduzir os custos para as empresas. Seguramente em 1 ano ou pouco mais, teremos outras 2 ou 3 certificadas. Só para se ter uma ideia, a região de Ribeirão Preto tem 19 certificações e a cidade de São Paulo, 11. Ter sua qualidade atestada por este programa valoriza demais as empresas e é muito importante para o segmento", explica.

 

Benefício estendido

Apesar de não receber representantes de todas as empresas da região que desenvolvem software, o APL Oeste Paulista tem alcançado benefícios para todos que trabalham no ramo. Dória e Costa citam, por exemplo, a aprovação da Lei Municipal 8.323 de dezembro de 2013, que cria o programa ISS Software, instituindo incentivos fiscais para prestadoras de serviços que realizarem investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. "Até mesmo a comunidade é favorecida quando o setor cresce. Antes, nossos bons profissionais, formados aqui, acabavam indo trabalhar em outras regiões. Agora, nossas empresas já estão contratando com salários diferenciados, o que faz com que cada vez mais eles não precisem buscar oportunidades lá fora", colocam.

 

SERVIÇO

INICIATIVA

Os encontros do APL ocorrem todas as sextas-feiras no Sebrae. O projeto é uma iniciativa da Fipp (Faculdade de Informática de Presidente Prudente), e conta ainda com a parceria da prefeitura. Mais informações no site www.aplsoftware.org.br.
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