Como tenho mencionado nesta “coluna”, ESG consiste em meio ambiente (E), compromisso social (S), e governança corporativa (G). Três elementos somente concretizáveis em qualquer âmbito, sobretudo empresarial, se os indivíduos possuírem determinados valores (axiologia).
Também menciono em treinamentos corporativos (in company), que não é possível um indivíduo separar totalmente seu trabalho e sua gestão da sua vida particular e social, pois se a vida envolve o trabalho, os elementos e valores daquela podem ser (ou são) automaticamente transpostos para aqueles.
Com relação à governança corporativa, é necessário que o indivíduo se guie em sua vida e no trabalho, por exemplo, pelos valores da boa-fé e equidade. Com relação a compromissos sociais, que tenha empatia e cuidado com o próximo (fraternidade). E no que se refere ao meio ambiente, é essencial que também se guie pela solidariedade aos seres humanos e animais, pelo amor e respeito à natureza.
Diante desta demanda axiológica para o bem-viver em sociedade e para o trabalho, os (mais) pessimistas podem pensar: “Quem possui todos estes valores?” “Como fazer alguém ter esses valores?”.
De forma extremamente resumida, um indivíduo, desde sua tenra idade, adquire valores pelo convívio familiar e social (principalmente escolar), e vai se desenvolvendo ao longo da vida, durante a qual vai projetando para os demais os seus valores, inclusive no trabalho e gestão, ou seja, um indivíduo adquire valores, espontânea, natural, tacitamente, ou até mesmo expressa, intencional, formalmente. Logo, por mais clichê que pareça, para o indivíduo, para a vida social, e para o trabalho é fundamental que haja educação.
Assim, como se exigir de um indivíduo em seu trabalho e de um gestor em sua administração, a atuação fundamentada em ESG se lhes falta(ou) educação? Difícil mesmo.
O que motivou o texto de hoje foi flagrar na Cidade da Criança aqui em Prudente, famílias (pais e filhos), mesmo diante de placas alertando para o contrário (!), jogando “Fandangos” aos quatis do parque.
Frente a uma lamentável cena desta, infelizmente a expectativa para o futuro não é plenamente das melhores, pois não é possível presumir que tais indivíduos, em seus trabalhos e administrações, naturalmente ajam de modo diverso, ou intencionalmente “virem o chip” e se mostrem “valorosos”.
Para que chegue o dia em cada indivíduo, cada trabalhador e gestor, cada organização (empresa) concretize os “valores” ESG, e o mundo se desenvolva de forma sustentável, vê-se que o caminho é longo e árduo, mas não impossível, basta “só” um “detalhe”: educação, a qual, em certa medida, pode ser suprida, fornecida também pelas organizações por meio de permanente orientação e capacitação de seus colaboradores, e àquelas por entidades que as agreguem e que difundam valores fundamentais para o convívio social e laboral.