Um produto que é muito buscado para as festas de fim de ano são os fogos de artifício. Especialmente na virada, desde as menores até as grandes e luxuosas celebrações em família e eventos em represas, praias, resorts, etc. são uma atração à parte. E para saber como está esta procura, a reportagem falou com a empresária Izabel Cristina Nunes, 48 anos, proprietária da loja Fogos e Alegria, em Presidente Prudente. Segundo a comerciante, se comparado ao ano passado, as vendas estão bem mais movimentadas, em torno de 15% a 20%. E comparado a períodos normais, o aumento é ainda mais elevado. A reportagem tentou outros estabelecimentos que comercializam o produto, mas não obteve êxito com seus representantes.
Conforme Izabel, os tipos de fogos mais procurados são os coloridos e quem desejar abrilhantar a sua festa de réveillon com pirotecnia, na loja dela vai encontrar os produtos menores com preços a partir de R$ 30 até R$ 100, além das famosas baterias que variam de preço entre R$ 350 a R$ 5 mil. Lembrando que a loja também faz shows pirotécnicos em várias cidades da região.
O tenente Marcos Ferreira Souza, 38 anos, do 14º Grupamento de Bombeiros, em Presidente Prudente, destaca que o manuseio dos fogos é a maior preocupação da corporação e por isso orienta a população que, primeiro: nunca compre fogos em estabelecimentos que não sejam cadastrados devidamente no sistema de comércio do município, ou seja, pontos clandestinos.
O segundo ponto que ele destaca é a questão da própria utilização desses artefatos. A forma como esses fogos serão soltos. Conforme ele, algumas regras precisam ser seguidas, como, por exemplo, não soltar fogos de nenhuma natureza em ambientes fechados, pois podem ocorrer graves acidentes. E cita como exemplo a tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, quando, após um sinalizador externo ser solto dentro da casa noturna, as faíscas provocaram um incêndio trágico, que resultou na morte de 242 jovens e deixou 636 feridos, em janeiro de 2013. Esse é um exemplo clássico que os bombeiros dão do que pode acontecer se não seguir as normas de segurança.
Tenente Marcos menciona que é comum em aniversários o uso de pirotécnica visual de efeito em cima do bolo, por exemplo. Ele exalta que é preciso extremo cuidado com essa prática, porque as faíscas podem atingir a decoração da festa ou cortinas por perto, ou seja, materiais combustíveis que podem iniciar um princípio de incêndio e evoluir para um incêndio de maior proporção.
Para a soltura de fogos mais elaborados em grandes eventos, como festas de formatura, shows musicais e outros, quando se usa as famosas baterias, o tenente pontua que é imprescindível que todo o manuseio seja feito por um profissional. “Porque ele vai assinar um projeto, assumir toda uma responsabilidade técnica e tomar todas as precauções para que o evento tenha a maior segurança possível”, salienta ele.
Outro ponto que o tenente destaca que os bombeiros têm visto muito é em ocasiões como festas juninas e outras festas abertas, por exemplo, em que não se atentam ao local onde soltarão os fogos e acaba gerando um incêndio em vegetações próximas. “Dependendo da situação climática, se as faíscas das cascatas caírem em local com mato seco pode começar um incêndio, como já aconteceu. Além disso, se a pessoa for responsabilizada por culpa, ela pode responder por crime ambiental, incorrendo de poluição sonora, perturbação do sossego e até mesmo por um incêndio culposo”, acentua Marcos, complementando que esse é um cuidado que os bombeiros sempre orientam as pessoas.
