Amor ao jornalismo e política: Reinaldo Ruas marca uma geração

Jornalista e articulador político, morreu aos 59 anos em São José do Rio Preto; será sepultado nesta sexta, no Cemitério da Paz, em Prudente

PRUDENTE - ALINE MARTINS

Data 02/05/2024
Horário 09:47
Foto: Câmara Municipal de PP
Reinaldo Ruas deixa esposa, três filhos e dois netos
Reinaldo Ruas deixa esposa, três filhos e dois netos

As redes sociais e grupos de jornalismo foram tomados pela triste notícia da morte do jornalista e articulador político, Reinaldo Lázaro Ruas, aos 59 anos de idade. Ele faleceu em São José do Rio Preto, na noite desta quarta-feira, 1º de maio, Dia do Trabalhador, sua marca registrada. Entre tantos locais, trabalhou também na redação deste diário, como secretário de Redação. Atualmente, era assessor de Relações Institucionais da Câmara Municipal de Presidente Prudente desde 2017. Está sendo velado na Casa de Leis e será sepultado no Cemitério da Paz, nesta sexta-feira, às 8h. Deixa a esposa, três filhos e dois netos. A Prefeitura de Presidente Prudente decretou luto oficial de três dias.
Conforme informações da Cãmara Municipal de Prudente, de 1991 a 1997 foi Supervisor Legislativo e Administrativo da Câmara Municipal. Depois, passou a Diretor da Divisão de Educação Ambiental. Por um período curto, no início de 2001, foi nomeado Controlador Interno do segundo governo de Agripino de Oliveira Lima Filho. Já em 2009 foi nomeado Assessor para Assuntos Especiais no Gabinete do então prefeito Milton Carlos de Mello (Tupã), com quem ficou os dois mandatos e transformou a assessoria em Secretaria Municipal de Relações Institucionais. No período, Ruas ficou conhecido pela importante articulação entre Executivo e Legislativo em nível municipal e, ainda, com o Estado e a União, além de ter construído e coordenado uma das marcas e um dos carros-chefes da gestão, o projeto Sua Vida Melhor Ainda. Em 2017 retornou para a Câmara de Presidente Prudente como Assessor de Relações Institucionais, no qual permaneceu até os dias atuais.
Graduado em Jornalismo, foi professor da então Faculdade de Comunicação Social "Jornalista Roberto Marinho" (Facopp/Unoeste); chefiou as redações dos jornais Oeste Notícias e O Imparcial, além de emissoras de rádio. Criou ainda o Portal do Ruas - hoje Portal Prudentino. Também publicou o livro "Jornalismo Empresarial - 6º aniversário do jornal Correio do Porto", resultado de sua pesquisa de conclusão de curso em conjunto com Benedito de Godoy Moroni.
Vale ressaltar que quando necessário apresentar um documento pessoal, ao contrário do uso comum da CNH (Carteira Nacional de Habilitação), Reinaldo Ruas apresentava o documento - válido em todo o território nacional, com o qual se identificava e gostava de ser identificado: a de jornalista, da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas).

Homenagens
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O jornalista, diretor de Comunicação da Câmara Municipal de Presidente Prudente, Maycon Morano, definiu Ruas como “hábil, incansável, atento e dedicado professor”. “Exímio jornalista. Nos últimos sete anos, trabalhando lado a lado... Ensinava. Este era seu dom. Ensinava como poucos. Pois, neste momento, sabia que também aprendia mais. Siga em paz, pai de profissão. Pai do servidor que sou, pai da vida”, frisou.
“Da mesma maneira que a história de Ruas se confunde com a do jornalismo prudentino, a minha, como pessoa e profissional, também se mistura com a dele. Devo muito do que sou a ele... Sou grato, aprendi a amar a política e o jornalismo político com ele. Era inspirador ver o profissionalismo e o olhar que tinha para o jornalismo. Restam boas memórias, muito aprendizado e uma enorme gratidão. Viverá para sempre nas sementes que plantou no jornalismo prudentino”, destacou o jornalista Thiago Ferri. 
A editora-executiva de O Imparcial, Aline Martins, lembra com carinho do professor Reinaldo Ruas. “Era um amante declarado do jornalismo. Suas aulas eram inspiradoras e, mesmo depois de tantos amos, conseguimos lembrar daquela sala de aula. Era apaixonado pelo jornal impresso, dizia que o cheiro o encantava. Deixou um legado importante e marcou uma geração”, frisa.
Danielle Merlin, editora deste diário, rememora sua chegada ao O Imparcial. “Quando entrei no jornal, ele era o chefe de Redação, cargo que exercia com maestria, dominava o que fazia, tinha inúmeras fontes, amava a profissão. Depois que me formei, ele me contratou e aqui permaneço até hoje. Aprendi muito come ele. Nos despedimos com tristeza deste grande jornalista”, destaca.
Em trecho da matéria da Câmara Municipal, o ex-vereador e radialista Reginaldo Nunes, contou sobre sua amizade com Ruas. "Nos conhecemos no final da década de 1980, quando ele trabalhava na Farmácia Santa Cruz, que era localizada na esquina da Rua Dr. Gurgel com a Rua Dr. José Foz. Ficamos extremamente amigos, pois ele sempre foi expansivo, sorridente. Sempre foi um ótimo argumentador, como balconista, e era um apaixonado por rádio. Quando saí da Rádio Comercial, onde trabalhava, e fui dirigir a Rádio Cidade, que era localizada na Rua Casemiro Dias, não pensei duas vezes e o chamei. Ele, em sua conhecida ousadia, também não pensou duas vezes em se jogar em outro ramo completamente diferente do que estava envolvido", relembra o ex-vereador e radialista Reginaldo Nunes.
O jornalista Leandro Nigre afirma que Ruas foi um mestre inigualável. Tabalharam juntos na redação de O Imparcial. “De palavras firmes, que deixou uma marca no jornalismo, mas também nas vidas daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Como seu colega de sala na faculdade, de profissão e amigo, posso afirmar sem hesitação que o Ruas não apenas ensinou jornalismo, mas também moldou caráter e inspirou uma geração de jornalistas comprometidos com a apuração”, ressalta. Acrescenta ainda que a faculdade apresentou teorias e técnicas, mas o Ruas ensinou a verdadeira essência do jornalismo. “Com seu faro apurado para transformar fatos em notícias relevantes, ele nos conduziu pelo intricado mundo do jornalismo investigativo, sempre destacando a importância da precisão e da imparcialidade”, afirma. Ruas era um verdadeiro professor de vida. “Em um gesto que reflete a profundidade de sua influência em nossas vidas, fiz questão que o Ruas fosse meu padrinho de casamento. Sua presença e orientação significavam mais do que palavras podem expressar. Nos despedimos de um mestre, um mentor e um amigo. Seu legado continuará vivo em cada um de nós que teve a honra de aprender com ele. Que sua memória seja uma inspiração constante para buscarmos a excelência no jornalismo e na vida”, finaliza Leandro.

 


 

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