Amigos e familiares da atriz e produtora cultural Luana Barbosa, morta por um tiro disparado por um policial militar na manhã do dia 27 de junho de 2014, reuniram-se, nesta quarta-feira, em vigília em homenagem à memória de Lua, em frente ao Fórum de Presidente Prudente, no julgamento a júri popular de Marcelo Aparecido Domingos Coelho, que atirou contra a produtora cultural em uma blitz de trânsito na Avenida Joaquim Constantino, na Vila Formosa, em Presidente Prudente.
Vestida com uma camiseta branca com os dizeres “Verdade e Justiça, Lua Barbosa presente” estampados entre a figura da filha, a professora aposentada e mãe da produtora cultural assassinada, Clarissa Carlana da Silva Barbosa, relatou à reportagem de O Imparcial que os mais de oitos anos desde a morte da atriz têm sido árduos para a família, principalmente, para a irmã de Lua, Nara Carlana de Almeida Barbosa. “Foram anos difíceis. Nós temos uma filha com síndrome de Down de 29 anos. Ela era muito ligada à irmã. Na época [do assassinato], ela quase não aguentou. Ficou muito doente e magra. Por um momento, eu achei que eu iria perder a Nara. Ela melhorou um pouco e começou a fazer tratamento para depressão, mas foi muito difícil. Ela sofre até hoje. Ela chorou muito quando soube que iria ter a vigília. Essa perda nos desestruturou, também estamos passando pelo luto e isso é muito doloroso”, revela.
Para Clarissa, que sofreu três paralisias faciais desde a morte da filha, o julgamento do PM Marcelo Aparecido Domingos Coelho traz uma sensação breve de conforto. “Ele foi muito imprudente, irresponsável e o que ele fez foi um absurdo”, lamenta a professora aposentada, mãe de Lua Barbosa.
A agente cultural Mari Palhares, do Galpão da Lua, espera que, após oito anos, a justiça seja feita com o julgamento a júri popular de Marcelo Aparecido Domingos Coelho, acusado de ser o responsável pelo disparo que matou Lua Barbosa. “Seja feita como? Que seja um julgamento sério, honesto, que sejam ouvidas todas as partes e que a gente tenha uma resolução para, de fato, terminar o enterro da Lua e este luto”, expõe Mari Palhares. “Que a partir de agora, a gente possa lembrar dela com uma lembrança de saudade, de uma pessoa feliz e linda que ela era e não essa angústia de não ter uma resposta sobre o que aconteceu naquela sexta-feira, às 8h30”, ressalta.
Foto: Caio Gervazoni
“Que seja um julgamento sério, honesto, que sejam ouvidas todas as partes e que a gente tenha uma resolução”, expõe a agente cultural Mari Palhares
Jornalista aposentado e pai de Lua Barbosa, Marcos de Almeida Barbosa pontua que os oito anos desde o assassinato da filha foram de angústia, incertezas e luta para que o caso tenha uma resolução. “Foi um crime desnecessário cometido a luz do dia, sem que houvesse qualquer risco à integridade dos policiais que estavam na blitz. Durante todos estes anos, foram anos de indefinição, de angústia, de incerteza, mas também foram anos de luta que a gente reivindicou para que o caso fosse levado a júri popular e para que a verdade prevalecesse”, pontua Marcos.
A reportagem tentou entrar em contato por telefone e e-mail com a defesa do PM Marcelo Aparecido Domingos Coelho, mas até fechamento desta edição, não obteve resposta.
Fotos: Caio Gervazoni
Clarissa e Marcos, pais de Lua Barbosa, durante início da vigília em homenagem à memória da filha
Amigos e familiares da atriz e produtora cultural Lua Barbosa reuniram-se, nesta quarta-feira, em vigília em homenagem à memória dela