Alunos promovem projeto de revitalização de nascente no Cohabão

Projeto “Patrimônio Ambiental e Memória” dá continuidade ao trabalho de limpeza do local da nascente promovido pela comunidade da Escola Estadual Professor Joel Antônio Lima Genésio na Cohab

PRUDENTE - CAIO GERVAZONI

Data 05/09/2021
Horário 07:15
Foto: Cedida
Projeto visa efetivar a preservação de uma nascente localizada na praça da juventude, na Cohab
Projeto visa efetivar a preservação de uma nascente localizada na praça da juventude, na Cohab

Ainda há esperanças para que as riquezas naturais do planeta Terra não sucumbam diante o consumismo desenfreado. Ainda há tempo - mas nem tanto - para que a diversidade ambiental não padeça diante da relação conflituosa que parte da humanidade possui com a natureza frente ao contexto de aquecimento global. Esta esperança vem das salas de aula e principalmente da conscientização social quanto o vínculo vital do ser humano com o meio ambiente. Ações locais, como o Projeto “Patrimônio Ambiental e Memória” da comunidade escolar da Escola Estadual Professor Joel Antônio Lima Genésio, localizada na Cohab, demonstram que a educação é o caminho fundamental para a formação de uma coletividade que respeite e saiba conviver de maneira sustentável com a natureza.

Oficializado no início de maio deste ano, durante a semana do Meio Ambiente, o projeto interdisciplinar, que envolve as matérias de Ciências, Geografia e História, tem como objetivo efetivar a preservação de uma nascente localizada nas proximidades da escola, na Praça da Juventude e Longevidade Lucas Nalin Pasqualini, no bairro da Cohab.

A professora Iracema Neri, que também é uma das coordenadoras do projeto, conta como surgiu a ação junto aos professores e estudantes dos 6º, 7º e 8º ano do ensino fundamental. “Os alunos, ao pesquisarem o entorno da escola nas aulas de Ciências, com a professora Ivete Gazola, observaram a necessidade de implementar estratégias para efetivar a preservação da nascente de um rio nas proximidades da escola”. A partir daí, segundo Iracema, foi solicitado aos técnicos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente uma visita técnica ao local. “Eles indicaram onde possivelmente estava a nascente e foram até a escola para mapear a região”, relata a professora.

Realizado o estudo de campo e a pesquisa documental, em acervos históricos de bibliotecas, banco de dados da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, acervos fotográficos particulares e da escola, os professores de Ciências Humanas e Ciências da Natureza alinharam-se para organizar as ações propostas para colocar o projeto de revitalização em prática.

A primeira etapa de revitalização da nascente consistiu em realizar uma limpeza da área com a remoção de entulhos e lixo que compunham a paisagem do local e, inclusive, tamponavam a fonte de água da nascente. “Com uma enxada, conseguimos abrir um buraco para que a água limpa da mina pudesse correr. Tanto é que hoje há peixinhos na nascente. Há vida ali”, relata a professora.

De acordo com a coordenadora do projeto, as reuniões teóricas sobre o tema eram realizadas por meio do Google Meet e contava com a participação da maioria dos estudantes. Posteriormente, a parte prática do projeto contou com a participação reduzida de alunos devido a pandemia, respeitando as regras de distanciamento e com uso de máscaras. “Os alunos juntamente com os professores de Geografia e Ciências foram até a nascente para realizar o plantio de árvores no entorno”, revela. 

Antes do projeto, o local encontrava-se poluído e pouco se imaginava que ali pudesse existir uma nascente. A participação da comunidade escolar vai para além dos muros da escola e é mais um ponto que chama a atenção neste projeto. “Nosso papel social como escola é fazer com que os alunos despertem um olhar crítico para aquilo que está a sua volta e se encaixem como sujeitos coletivos”, enfatiza Iracema em relação a participação de pessoas do bairro junto ao projeto desenvolvido pela escola.

“Hoje, o que a gente vê em nosso país é todo mundo sendo um sujeito individual, onde as pessoas só estão preocupadas com seus próprios ganhos e com aquilo que lhes interessa. O meio ambiente sempre acaba ficando em segundo plano, inclusive em nível nacional”, pontua.

Segundo a professora Iracema, muitos alunos não sabiam que aquele local era uma nascente. “Então, eles tiveram a oportunidade de ir lá, ver e acompanhar a transformação da nascente. Um local que estava sujo e que agora está limpo e sendo cuidado por eles”, expõe. De acordo com a professora, a ação representa o trabalho da escola em alinhar a prática à teoria e fornecer aos alunos os valores que formem sujeitos conscientes quanto a vida coletiva e a necessidade de preservação do meio ambiente.

 

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