A imprensa nacional, além de mostrar o aumento expressivo no preço do arroz, hoje detalha ainda o cenário no qual os consumidores se deparam com uma nova surpresa: a restrição na compra. Isso porque alguns supermercados estão limitando a quantidade de pacotes por cliente. Em Presidente Prudente, a realidade já existe para alguns produtos, e tem feito com que as altas alterem a rotina de compra e venda.
Em um dos exemplos, o Supermercado Avenida já conta com o racionamento de produtos, isto é, a limitação na possibilidade de compra para cada pessoa, especificamente quanto ao óleo de soja e leite, sendo, respectivamente, 12 e 30 de cada. Contudo, o estabelecimento analisa que esse cenário não é algo distante para a venda de arroz. “Se continuar desta forma, teremos que restringir também”, frisa.
O cenário foi impulsionado pelo aumento no preço dos produtos, que vem dos fornecedores, e “fica difícil não repassar aos clientes”, mesmo que seja uma parte, segundo o supermercado. A ideia de seguir desta forma é para que as pessoas não passem a comprar compulsoriamente e, assim, acabem com o abastecimento de itens que estão no limite.
Porque não tem produto o suficiente no país, conforme pontua o gerente do Supermercado Estrela, Alexandre Marques Ferreira. É a informação que foi repassada a eles, isto é, reflexo de um cenário da pandemia, bem como da quantidade de exportações que foram feitas. “É a falta de matéria-prima para suprir internamente”, detalha.
Por lá, o local, apesar de também sentir o impacto no preço do arroz e ter que repassar o aumento, ainda não sentiu necessidade de fazer restrições, assim como de outros produtos. “Mas se ainda for assim vamos ter que adotar a medida”, completa Alexandre. Ele complementa, em concordância com o outro estabelecimento, que a situação vem conforme o receio da falta de produtos, de abastecimento.
O economista Moisés Martins, como dica para enfrentar o cenário, menciona que é preciso tentar viver a vida normalmente. “Qualquer atitude sem pensar pode impactar a vida dentro de casa. Acredito que não haverá falta, mas quanto mais você ir ao mercado comprar arroz, mais o preço vai elevar. Qualquer coisa que altera a demanda reflete nos preços”, destaca.
Ainda de acordo com ele, as pessoas precisam entender o cenário vivenciado, que é de pandemia, consequentemente, de alta no dólar, aumento no valor dos combustíveis e um período de entressafras. É uma ocasião não favorável e que já explica o aumento no mercado, especificamente do arroz.
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Especificamente sobre o preço do arroz, produto mais em pauta, a reportagem identificou que o valor pago varia entre R$ 17,70 e R$ 28,98 (5 kg), considerando a cifra mais baixa e a mais alta e alguns estabelecimentos específicos:
Maxxi Atacado: R$ 18,35 a R$ 28,98
Rede Estrela: de R$ 19,79 a R$ 25,49
Supermercado Avenida: R$ 20 a R$ 26
Supermercado Pastorinho: de R$ 17,70 a R$ 26,90
Itens como arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja tiveram aumentos significativos em todo o Brasil, o que motivou a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) a solicitar ao governo federal que retirasse a taxa de importação do arroz para atender o mercado interno, medida que foi acatada. A Apas (Associação Paulista de Supermercados) entende que a retirada da taxa não reduzirá os preços para patamares do início do ano, porém, pode atenuar o aumento. E continua recomendando aos supermercados associados que negociem com seus fornecedores e comprem somente a quantidade necessária para a reposição, de modo que não estrangulem o visível gargalo de produção de alguns itens pertencentes à cesta básica.