Alagamentos podem disseminar leptospirose

Em 2013, houve três notificações na regional, mas sem confirmações; em 2012 foram registradas seis notificações, mas sem confirmações, número que, em 2011, alcançou 11 notificações, também sem nenhuma confirmação.

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 22/02/2015
Horário 08:01
 

Situações que têm se tornado comum em Presidente Prudente e região, as enchentes e alagamentos, além dos prejuízos materiais, podem acarretar problemas de saúde, já que a água da chuva se mistura com a rede de esgoto e segue contaminada e carregada de bactérias. Uma das doenças ocasionadas pelo contato com esta água e com a lama deixada pela enchente é a leptospirose, ocasionada pela bactéria do gênero Leptospira, transmitida, mais comumente, por meio da urina do rato – mas que também pode ser propagada por suínos, caninos e bovinos. Pessoas e animais, principalmente os domésticos, podem ser contaminados. Na região, a situação é "tranquila" quanto a casos de leptospirose, porém, autoridades alertam para os riscos de se contaminar com o vírus.

Jornal O Imparcial Zangirolami: "Existem 2 tipos da doença, a leve e a grave"

Um levantamento feito através do GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica) mostra que nos dois escritórios que abrangem a região – um em Presidente Venceslau, que engloba 21 cidades, e outro em Presidente Prudente, envolvendo 45 municípios – foram computados os seguintes números da doença: no primeiro GVE citado, foram notificados, em 2014, nove casos, mas, em somente dois deles a contaminação foi confirmada após exames. Em 2013, houve três notificações na regional, mas sem confirmações; em 2012 foram registradas seis notificações, mas sem confirmações, número que, em 2011, alcançou 11 notificações, também sem nenhuma confirmação. Neste ano não há registros da doença no GVE de Venceslau.

Já na regional de Prudente, o levantamento aponta o seguinte: duas notificações neste ano, porém, ainda sem confirmação; 22 notificações em 2014; com quatro casos confirmados e um óbito devido à doença; 19 notificações em 2013, não tendo casos confirmados. Já em 2012, a regional apresentou 20 notificações e quatro confirmações e, em 2011, o órgão registrou 44 notificações, sendo confirmados quatro casos da doença.

De acordo com o médico infectologista José Wilson Zangirolami, a doença apresenta dois tipos: a forma leve, com um quadro parecido com uma gripe ou dengue e dor muscular, principalmente na panturrilha; e a forma grave, esta com situação crítica, que pode levar à morte, apresentando hemorragias e sangramentos por várias partes do corpo.

 

Cuidados


Tanto os responsáveis de ambos os GVEs quanto o médico infectologista, dizem que evitar o contato com água de enchente e alagamento ou a lama deixada pela chuva é "essencial", a fim de não correr riscos de contágio pela bactéria. Isso porque, a água se mistura com o esgoto e podem disseminar, devido à urina dos ratos que, na sua maioria, vivem nos bueiros, e transmitir a doença. Outra providencia pontuada por um dos representantes é lavar latas de bebidas e mantimentos, já que, se por ventura tenha algum rato na casa, a pessoa não corre o risco de ter contato direto com o local em que o bicho pode ter passado e urinado.

Caso tenham que entrar em alguma poça de água ou fazer a limpeza em alguma área da residência ou repartição, o indicado, segundo os mesmos, é utilizar botas e luvas, evitando, assim, contato direto com os resíduos. Também proibir que as crianças, como de costume, brinquem na enxurrada ou em lugares com água parada da chuva, que podem estar contaminados com a bactéria.

No entanto, se a pessoa tenha contato com a inundação, ao menor sintoma que apareça – que pode ser febre, dor no corpo, olhos avermelhados (hiperemia conjuntival), mal-estar ou alguma secreção de sangue, a orientação é procurar, imediatamente, um médico.
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