Em uma determinada aula, perguntei aos alunos no início do semestre, o que era marketing para eles. O que eu esperava de resposta se concretizou! A maioria entende que marketing é propaganda, que é comercial de TV que viram de uma marca de fast food, que é um evento patrocinado, uma inserção da marca em produtos televisivos, ter sacadas criativas, e por aí dar-se sequência. Eis que chegando ao final do semestre, de uma das disciplinas de marketing que leciono, um dos alunos me diz que marketing é difícil, e vários outros começaram a concordar.
Bem, realmente nesse momento eu entendi que eles estavam compreendendo a responsabilidade do marketing dentro de uma organização, e o quanto realmente são necessários profissionais qualificados que saibam fazer análises, tomar decisões e utilizar ferramentas que vão de encontro ao objetivo da marca, e o que de fato é “fazer marketing”.
A visão deles no início do semestre é a mesma das pessoas leigas que acreditam saber fazer marketing, por terem uma sacada que ajudou a vender mais seus produtos, pensado pelo melhor vendedor da loja, ou pelo sobrinho que faz algumas artes bonitinhas em um editor on-line gratuito, e divulgou em algumas mídias digitais, replicando igualmente seja qual for a mídia. Foi um acerto ao acaso, que pode ter dado resultado. Maravilha, o objetivo de vendas foi atendido!
Mas e agora? Como será nos próximos meses, no semestre, no ano? Qual será o objetivo da marca? Será lançar novos produtos, abrir mais lojas, ter mais rentabilidade, tornar a marca mais conhecida, explorar novos mercados? Será que os clientes estão satisfeitos com o produto ou serviço? Meus concorrentes estão ampliando o mercado e ganhando mais espaço? Será que meus pontos de venda estão adequados ao propósito de marca? Eu reconheço os fatores controláveis e incontroláveis da minha marca? Entendo o comportamento de consumo? Como consigo essas respostas? E depois que eu conseguir, como eu resolvo tudo isso?
Pois é, são tantas as perguntas que as pessoas se iludem achando que marketing é sentar na frente do computador e impulsionar anúncios no Google Ads, produzir alguns vídeos para as redes sociais, distribuir panfletos no semáforo aleatoriamente, e espalhar alguns outdoors na cidade. Faz parte sim, mas de um conjunto de ações pensadas com muito estudo analítico e estratégias – e abro parênteses aqui quando falamos de estratégias, vamos nos resumir a conhecer bem algo, e a partir daí, criar situações para o bem próprio.
Somos estratégicos, fazemos isso quando queremos conquistar alguém. Nós observamos, entendemos o que a pessoa gosta, vamos conversando e colhendo informações que vão nos ajudar a agradar e ter a atenção. Agora é hora da ação e mostrar todas as suas qualidades para despertar o interesse dela. Uma vez conquistado, é hora de criar a expectativa do futuro lindo que terão juntos, e então se casam. E isso não é sobre flertar! Foi apenas a aplicação lúdica e básica da ação estratégica de marketing e vendas denominada Aida (Atenção, Interesse, Desejo e Ação).
Ou seja, falar de marketing é entender o mercado, e saber que lá existem pessoas com comportamentos dos mais diversos, necessidades e desejos que preciso saber explorar, é promover uma boa estratégia mercadológica, com várias possibilidades de ferramentas de comunicação trabalhadas em conjunto, em sincronia e com o mesmo propósito. Isso é um pouco do que é marketing!