Importante para economia, a cebola ganha espaço na agricultura familiar e diante da demanda de novos produtores da cultura na região, o Polo Regional da Alta Sorocabana da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo (Apta/SAA), de Presidente Prudente, promoveu ontem o Dia de Campo da Cultura da Cebola. Na ocasião foram discutidas as formas de cultivo na teoria e na prática com a pesquisadora Andréia Cristina Silva Hirata. Aproximadamente 60 agricultores participaram da capacitação.
60 produtores rurais participaram ontem da palestra
De acordo com Hirata, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) selecionam e apoiam projetos que contribuam para o fortalecimento social e econômico de organizações produtivas rurais de base familiar que fornecem alimentos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) ou para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), "ou seja, importantes instrumentos voltados para o desenvolvimento da agricultura familiar".
Expõe que diante dessa nova realidade, "a Apta de Presidente Prudente teve a iniciativa de ajudar esses produtores quanto ao cultivo da cebola, uma hortaliça importante para o consumo e economia". "Esses programas abriram um mercado e esses produtores têm que atender essa demanda", completa.
Ela conta que a programação consta de uma parte teórica e prática. "Na ocasião, vamos mostrar alguns tratamentos, utilizando palhas de braquiárias ou outras plantas de cobertura nos canteiros, a fim de proporcionar a redução da infestação de plantas daninhas na cultura", afirma. Esclarece que são soluções operacionais de organizações produtivas, que permitem aos produtores expandirem suas atividades, aprimorarem suas técnicas e melhorar suas condições de trabalho. Além disso, visam proporcionar ampliação da renda dos produtores.
Agricultores
Produtor de cebola há 40 anos, Antônio Denge Tuguimoto, 58 anos, revela que o cultivo ultrapassa gerações. "Começou com meu pai e agora passei as coordenadas para meu filho", diz. Questionado sobre o cenário atual da cultura do produto, ele revela que a cada ano é diferente por causa do clima. "Esse ano choveu muito, por isso, as primeiras produções foram fracas. Porém, se fosse ruim eu não estaria há tantos anos no ramo", explana.
No entanto, ressalta que a cebola é um produto não perecível, ou seja, duradouro. "Não estraga tão facilmente. Pode chegar a um mês", ressalta. Tuguimoto expõe que sua preocupação é a mecanização da produção, um método novo do setor agropecuário. "Por causa da falta da mão de obra, o processo da economia agrícola é acelerado".
O produtor Manuel Firmino da Silva, 60anos, relata que cultiva outros tipos de culturas, como a batata e a mandioca. No entanto, estava no local para adquirir conhecimento. "Essas palestras são interessantes, pois ficamos motivados a crescer", pontua. A mesma opinião tem o produtor de Presidente Epitácio, Gilberto Helmuth Knopp, 48 anos. Ele produz hortaliças, mas quer acrescentar a cebola à sua produção. "Eu faço parte do PNAE e, além das verduras, quero entregar cebola às escolas", completa.