Agosto é conhecido como o mês de conscientização sobre o câncer de pulmão, um dos tipos com maior incidência e mortalidade na população do país.
O cigarro é, de longe, o mais importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão. “Em 90% dos casos de câncer de pulmão, a causa é o tabagismo – de pessoas que fumam ou fumaram no passado. Os outros 10% relacionados à doença são pessoas que ficam expostas a agentes carcinogênicos como o cromo, encontrado em ambientes como curtumes, e também pessoas que trabalham com pintura. Podemos ainda citar alguns casos de pessoas que trabalham em olarias, cerâmicas e churrascarias. O risco está relacionado ao tempo de exposição e ao ambiente de trabalho”, explica o pneumologista Paulo Roberto Gomes.
Os sintomas mais frequentes no câncer de pulmão são a tosse, escarros com sangue, dor toráxica e perda de peso. No entanto, muitas pessoas com a doença em estágio inicial podem apresentar sintomas que também podem ser diferentes de acordo com a localização do tumor no órgão.
De acordo com o pneumologista, para tratar o câncer de pulmão, depende do estadiamento – que é um sistema de classificação que avalia a extensão do câncer no corpo. “Ele fornece informações detalhadas sobre o tamanho do tumor, qual o tipo, se o câncer se espalhou para outras partes do corpo. Essas informações ajudam os médicos a determinar o estágio da doença, o que é crucial para planejar o tratamento mais apropriado, que pode ser cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou cirurgia com radioterapia e quimioterapia na sequência”, esclarece.
A maneira mais fácil de diagnosticar o câncer de pulmão é por meio do raio-x do tórax, complementado por tomografia. Mas a única forma de prevenir é parando de fumar. “O tabagista com mais de 55 anos de idade e que fuma há mais de 30 anos, por exemplo, ou até mesmo um ex-tabagista, deve procurar um médico especialista pelo menos uma vez por ano”, orienta o pneumologista.
De acordo com dados do Ministério da Saúde de 2023, o câncer de pulmão é o terceiro mais comum em homens e o quarto em mulheres no Brasil. Mas o pneumologista explica que depende muito da cultura de determinada região. “O Rio Grande do Sul, por exemplo, é uma das regiões com maior incidência de fumantes homens. Hoje em dia, há regiões onde é a mulher que aparece em maior número de fumantes. O câncer de pulmão pode matar homens e mulheres, pois, quando você fuma, inala mais de 4 mil substâncias tóxicas, como monóxido de carbono, amônia, cetonas, arsênio, níquel, cádmio, chumbo, entre outras”, adverte.
