Muito carismático, alegre, um dos integrantes apaixonados do Coral Santo Ignácio de Loyola! Ademar Marçal Depieri, 76 anos, faleceu nesta quarta-feira, vítima de um AVC (acidente vascular cerebral) e está sendo velado na Casa de Velório Athia, em Presidente Prudente. Seu sepultamento está marcado para esta quinta, ao meio-dia e meia, no Cemitério Municipal Campal.
Segundo o companheiro leão Valdecir Batista Veiga, ex-presidente do Lions Clube de Presidente Prudente Cinquentenário, onde Ademar também era membro, na passagem de ano ele estava bem e, após uma viagem a Buenos Aires, ele pegou Covid-19, e de lá para cá vinha tratando, mas acabou culminando neste AVC que ele teve ontem.
Veiga conta que Ademar tem uma história longa no Lions, desde a década de 80 se não está enganado. De lá ele ficou no Rotary por certo tempo, mas acabou voltando para o Lions, onde estava até o presente momento. “Ele sempre foi muito atuante. Como leão, ele sempre foi nota 10”, expõe o amigo.
A 29ª Subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em Presidente Prudente se posicionou nas redes sociais em solidariedade ao colega advogado Luiz Fernando da Costa Depieri, filho de Ademar.
Um de seus ex-funcionários, da Gráfica Depieri, Ataíde Nascimento, 61 anos, que o teve como “patrão exemplar” durante 27 anos, lamenta com profunda tristeza a morte deste, que foi quem lhe deu a primeira oportunidade na honrosa profissão de gráfico. Ataíde conta que quando chegou pela primeira vez à gráfica foi muito bem acolhido. Começou limpando banheiro, varrendo a oficina, recolhendo estopa. Mas observando sua dedicação em menos de 15 dias, Ademar pediu que o registrassem. “Eu fiquei impressionado com o lado humano dele. O tempo passou, fui aprendendo e me aperfeiçoando. É uma grande perda. Ele tinha um carisma muito grande!”, exclama o ex-funcionário.
Como empresário, Ataíde afirma que foi Ademar quem trouxe a primeira máquina offset para a cidade. Foi ele também o responsável pela formação dos melhores profissionais gráficos das décadas de 70, 80 e 90. Na véspera do fechamento da gráfica, ele o chamou e disse que continuaria, mas com menos pessoas e que Ataíde seria uma delas. Dois anos depois, a gráfica fechou em definitivo, mas ele o encaminhou para outra empresa.
“Ele sempre cuidou das pessoas. Uma coisa marcante que guardo dele na época é que ele fazia parte do Rotary Clube Centro e eu fazia tudo do clube, então, fui pegando tanto amor que hoje faço parte do mesmo clube. Completo 40 anos de profissão e digo com alegria que o Ademar foi fundamental na minha vida. Foi quem me deu a primeira oportunidade. Só passei por duas gráficas: a dele e a que estou hoje, Premier Embalagens. Com ele aprendi a ser um grande disciplinado, um grande profissional”, frisa Ataíde.
Deodato da Silva, ex-diretor de O Imparcial, diz que recebeu a informação da partida inesperada de Ademar com muita tristeza. Ele expõe que Ademar era um grande amigo, há mais de 50 anos e que deixa um enorme vazio. Apaixonado por seus empreendimentos, perseverou com determinação no comando da Gráfica Depieri, iniciada por seu pai Antônio, e com muito brilho deu sua contribuição ao serviço social desinteressado, através do Rotary Club.
“Mas, com a música, Ademar teve sua maior cumplicidade. Um dos fundadores do Coral Santo Ignácio de Loyola - de grande prestígio e reconhecimento -, Ademar pôde realizar sonho de alegria e entusiasmo, acompanhando o coro por toda sua existência”, exalta Deodato.
A gerente administrativa de O Imparcial, Vânia Nilva Ferreira, realmente lembra que Ademar sempre foi um grande amigo dos diretores do jornal, e que há muitos anos, coisa de uns 35 anos, imprimia os talões de notas fiscais na Gráfica Depieri de propriedade dele. “Com isso, ele estava sempre na sede do jornal. E era realmente uma pessoa extrovertida, muito querida. Ele era muito carismático. Recentemente estive com ele no velório do nosso querido Barbosinha. Ele ficou todo o tempo lá. Vai deixar muitas saudades. É triste. Muito triste!”, lamenta Vania.
Em uma das várias reportagens que fez para este jornal, sobre o coral masculino Santo Ignácio de Loyola, fundado em julho de 1958, por Nelson Mathias da Silva e Jorge Tuffic Abraão, Ademar Depieri e o companheiro Ediberto Mendonça sempre salientavam pontos marcantes que não saíam da memória de cada um dos 20 integrantes. Um deles foi a gravação do primeiro LP, intitulado "Prudente em... canto"; outro foi a homenagem da Câmara Municipal de Vereadores com a comenda Coronel José Soares Marcondes; e as viagens do Coro Grosso, como eram chamados, a várias cidades como: São Paulo e interior, Rio de Janeiro, norte do Paraná e Curitiba, com participações em programas de rádio e TV.
"Muitas são as boas recordações durante todo esse tempo e a grande alavanca do coral existir até hoje é a amizade e a união que nos permitimos uns com os outros. São histórias que se entrelaçam, interligam entre pais e filhos", ressaltou Ademar Depieri na ocasião.