O desmanche do antigo prédio do Cras (Centro de Referência de Assistência Social), na Vila Operária, em Presidente Prudente, tem gerado reclamações dos moradores do bairro. Localizado na Rua Nossa Senhora de Lourdes, a área encontra-se "abandonada" há mais de 15 dias, conforme a população.
O morador Wilson Ferreira, que reside em frente ao local, está preocupado com a situação, pois na vizinhança já houve casos de dengue. "Eu já entrei em contato com a Vigilância Sanitária e a Prefeitura, mas eles nunca dão prazo para voltar aqui e fazer a limpeza. Eu até fui lá e joguei cloro na água que acumulou, para não correr o risco de piorar a situação", diz. Ainda de acordo com Wilson, o órgão informa que "não há equipe disponível para atender a solicitação".
Com receio da proliferação do Aedes, moradores dizem colocar cloro na água parada
Em visita ao local, a reportagem encontrou o prédio destelhado e com restos de construção, além de vários pontos com água parada e papéis espalhados pelo chão, outro aspecto que tem incomodado a doméstica Valdelônia Izidório da Silva. Segundo ela, as folhas de papel que estão espalhadas possuem números de documentos pessoais. "Na tentativa de limpar o local, nós aqui do bairro encontramos cópias de RG e CPF jogados por lá. E se alguém pega isso e faz alguma maldade?", questiona.
Residente do bairro há 16 anos, Valdelônia conta que o problema não se resume ao montante de entulhos e focos de dengue. "Eu tenho quatro filhos, e eles participam dos projetos que o Cras oferece. Mas a presença deles ficou complicada com a mudança de prédio. Eles precisam ir andando, pois não temos como bancar a passagem de ônibus. A Prefeitura deveria disponibilizar um transporte para aqueles que precisam se deslocar até lá", reclama.
Compartilhando da mesma opinião, a dona de casa Zilda Regina da Silva acrescenta que o parque que tem ao lado do antigo Cras está "abandonado e com os brinquedos enferrujados". "O único lugar que funcionava como lazer para as crianças daqui está nesta situação. Nós, pais do bairro, não deixamos nossos filhos brincar por lá, por medo", comenta.
"No tempo necessário"
À reportagem, a Vigilância Sanitária informou que não recebeu reclamações de moradores do bairro, em especial sobre o Cras. Conforme o órgão, não compete a eles a fiscalização deste serviço, pois "toda reclamação relacionada a prédios públicos e terrenos baldios abandonados são encaminhadas às pastas de Planejamento e Obras da Prefeitura".
Por meio de nota, a Prefeitura de Presidente Prudente informou que "o serviço será feito dentro do tempo necessário". "Quanto ao novo Cras, oferece o conforto solicitado há muitos anos pelos mesmos que estão reclamando agora".