Soltar pipa é uma brincadeira antiga e que leva distração para pessoas de todas as idades. Seja qual for o tamanho ou formato, o interessante é que as cores vibrantes chamam a atenção no céu, e trazem a diversão para os amantes. No entanto, o uso de linhas cortantes adquiridas por alguns praticantes tem feito com que o ato de empinar a pipa seja um risco para a vida de quem está ao redor. Afinal, dependendo da intensidade do contato com o corpo humano, a brincadeira pode matar.
O cerol e as linhas chilenas são duas variações comuns e que oferecem sérios riscos quando entram em contato com a pele, principalmente em casos de acidentes. Conforme o 1° tenente-PM Marcos Antonio Machado Junior, do 14º Grupamento de Bombeiros, em Presidente Prudente, em @presidente Presidente Prudente, as vítimas mais frequentes dessas armadilhas são os motociclistas devido à velocidade com que trafegam. Além deles, ciclistas e animais, como os pássaros, também acabam sem alvos da imprudência dos infratores.
“Os ferimentos mais comuns são do tipo cortantes, sendo o pescoço a região mais grave e fatal”, afirma o tenente. “O contato repentino da linha com o motociclista pode ainda ocasionar um acidente de trânsito em razão do susto que a vítima pode tomar, vindo a colidir ou cair”. Machado também reforça que, dependendo de alguns fatores, como a tensão, o corte da linha e o local atingido, pode haver mutilações.
Mesmo com as constantes orientações, principalmente no período de férias escolares, quando a quantidade de pipas no céu tende a ser maior, ainda há praticantes que desrespeitam a vida do próximo e acabam utilizando os materiais proibidos. No dia 31 de maio, a Polícia Militar apreendeu dois rolos com linhas chilenas no Residencial Bongiovani, em Presidente Prudente. Os produtos eram utilizados por dois homens, de 19 e 32 anos.
No Estado de São Paulo, a lei 17.021, de 4 de novembro de 2019, proíbe o uso, a posse, a fabricação e a comercialização de linhas cortantes. Sejam elas compostas de vidro moído, conhecido como cerol, bem como a importação de linha cortante e industrializada obtida por meio da combinação de cola madeira ou cola cianoacrilato com óxido de alumínio ou carbeto de silício e quartzo moído.
Além das mencionadas, proíbe também qualquer produto ou substância de efeito cortante independente da aplicação ou não destes produtos nos fios ou linhas - conhecido como linha chilena/linha indonésia, utilizadas para soltar pipas.
Conforme a legislação, o descumprimento desta lei acarretará ao infrator, quando pessoa física, o pagamento de multa no valor de 50 UFESPs (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo), equivalente a R$ 1.380,50. Quando o infrator for menor de idade serão os pais ou os responsáveis quem responderão. Já o estabelecimento que for flagrado comercializando linha cortante será autuado, acarretando aplicação de multa no valor de 5 mil UFESPs – R$ 138.050.
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