Depois do retiro espiritual no Mosteiro, algumas centenas de quilômetros e horas de distância me separam de casa. A viagem de ida foi tranquila. Saí de madrugada para ao surgir do sol já estivesse longe de casa, na hora daquela parada estratégica. Nas ocasiões de retiro costumo viajar solo. Atualmente, mesmo não sendo tão apaixonado, dirigir é algo que me apetece. Ao retornar, fiz os cálculos todos. Hora de saída, ritmo da viagem, trajeto, paradas etc. (viva as tecnologias!). Eu não pus nos cálculos (e isso ninguém nunca o faz) um acidente automobilístico na rodovia. Fiquei parado cerca de 2 horas, ao meio-dia, num local sem sinal de celular e internet, numa fila quilométrica cuja dimensão só tive quando a pista foi liberada. Perdoe-me por tanta introdução. O que eu queria mesmo dizer é outra coisa.
Eu não estava desesperado com o horário. Não teria compromisso naquele sábado, mas chegar mais cedo ajudaria descansar. De todo modo, nalgum momento, eu tive a impressão de que a pista fora liberada. O sentido contrário estava liberado e só de vez em quando passavam carros. Pelo longo tempo sem nenhum carro passar, imaginei fosse sistema pare-e-siga. Enfim, saí do meu lugar, avancei talvez cerca de 2 quilômetros, quando percebi que efetivamente o tráfego ainda estava parado. Muitos caminhões e carretas... Parei do jeito que deu quase fazendo uma espécie de terceira fila.
Ao fundo (lateral direito) um motorista de caminhão ‘me chamou a atenção’ para o perigo de ficar ali. Então, foi me ajudar a encaixar o carro nos exíguos espaços entre caminhões. Ele estava parado há tanto tempo quanto eu (e os outros), com caminhão e sem saber que horas seguiria viagem. Disse-me que houvera um acidente mais à frente, mas que logo a pista seria liberada (o que só aconteceu de fato cerca de 40 minutos depois). Recuperei essa história por alguns motivos.
O meu descuido que nem era desespero ou pressa. O cuidado daquele homem para evitar novos acidentes. A abordagem dele comigo, muito calma e educada. Ao ajustar meu carro no espaço possível (com segurança e conforto), dei ré para agradecer e dar alguma satisfação. Tudo terminou bem. O acidente foi bastante grave numa dessas imensas curvas de serra. Não soube de vítimas fatais e me senti cuidado e edificado com aquele homem.
Às vezes, mesmo fazendo o certo, erramos pela forma como atuamos. Manter-se em paz é um exercício sempre necessário para viver ‘em paz’. Agradeço a Deus pela vida desse caminhoneiro. Ele acertou no cuidado e na abordagem. Que Deus o guie e cuide, sempre.
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!