Em uma cidade ideal, discussões a respeito da acessibilidade não seriam mais necessárias, visto que ela se faria presente por todos os cantos. Muito embora a questão venha avançando pouco a pouco, todos sabemos que ainda falta – e muito – para que todas as pessoas consigam se locomover sem dificuldades e com segurança pelas vias. Cadeirantes, pessoas com dificuldade de locomoção, deficientes, idosos com e sem bengalas, mães empurrando carrinhos de bebê, são alguns exemplos de quem depende da acessibilidade para poder se deslocar pelas calçadas e ruas sem sufoco e, principalmente, sem se acidentar.
Como noticiado ontem por este diário, uma ação conjunta entre o Condef (Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência), Coordenadoria da Pessoa com Deficiência e Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Cooperação em Segurança Pública) vistoriou as botoeiras sonoras instaladas nos semáforos das principais vias de Presidente Prudente.
Iniciativas como essa são de extrema importância, pois envolvem realmente quem sente a problemática na pele. A vistoria foi acompanhada pelo presidente do Condef, Salvador Neto, pelo supervisor de cadastro da Coordenadoria da Pessoa com Deficiência, Milton Takao Mizukawa, e por Selma Maria Neto, que faz parte da equipe de educação de trânsito da Semob e conselheira do Condef.
Durante a vistoria, eles constataram, por exemplo, que o tempo para a travessia dos pedestres na faixa precisa ser estendido, visto que eles têm poucos segundos para atravessar com segurança. Como uma pessoa com mobilidade reduzida, ou um cadeirante, vai conseguir se apressar durante a travessia, para não correr o risco de ser atropelado? De fato, é de extrema necessidade que a operacionalidade dos dispositivos seja analisada para proporcionar o mínimo de segurança à população.
Outro ponto importante alertado durante a ação é a necessidade de orientar as pessoas sobre a forma como esses equipamentos funcionam: é preciso pressionar o botão por aproximadamente cinco segundos, até o primeiro aviso sonoro, comando que solicita o fechamento de todos os pontos focais. A travessia deve ser feita pelo pedestre após o segundo aviso sonoro, que tem o som mais alto e constante. Certamente, muitas pessoas sequer sabem a maneira correta de utilizar os dispositivos. Por isso, tornar acessíveis tais informações também é de extrema importância.