Ação conscientiza população

Campanha do Banco de Olhos foi promovida ontem, na Praça Nove de Julho, e contou com testes gratuitos e orientações

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 25/09/2016
Horário 08:36
 

"Doar órgãos é a oportunidade de deixar pedacinhos seus no corpo de outras pessoas", afirma a presidente da BPW (Associação de Mulheres de Negócio e Profissionais) no Brasil, Eunice Cruz, 72 anos, uma das parceiras da Campanha Doando Vida, promovida pelo Banco de Olhos Maria Sesti Barbosa, da Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, durante a manhã de ontem, na Praça Nove de Julho. Segundo ela, a ação teve como objetivo sensibilizar as pessoas para que sejam doadoras de órgãos e tecidos, e as famílias dos doadores, a fim de que estas autorizem a captação em momento oportuno. "Quando a pessoa manifesta o seu interesse para os familiares, a decisão se torna mais fácil de ser tomada", expõe.

Jornal O Imparcial Eunice: "Gesto nobre e solidário"

Eunice aponta que a doação de órgãos não deve ser uma prática temida, pois não há mutilação do corpo e é um processo "super cuidadoso", já que são feitos vários exames para constatar a morte encefálica antes de haver a autorização da família. Além disso, ela destaca a decisão como um gesto nobre e solidário, que garante a extensão da vida. "Eu conheço diversas pessoas transplantadas que chegaram até mim e disseram: ‘Eu vivo a minha vida e a de quem me deu a vida’", afirma.

De acordo com os representantes da CIT (Comissão Intra-Hospitalar de Transplante) da santa casa, Daiane Hilário e Leandro Rodrigues, a ação na praça teve dois objetivos: oferecer para a população testes gratuitos, como o de glicemia, hepatite e pressão arterial, e fornecer esclarecimentos a respeito da doação de órgãos, que ainda gera muitas dúvidas na sociedade. "A maior dúvida é se a pessoa precisa declarar o interesse por escrito, o que não tem mais valor. A recomendação é que a família tenha conhecimento sobre a decisão a fim de colocá-la em prática quando for chegada a hora", explica Daiane.

Outras questões frequentes são quais órgãos podem ser doados e como ter certeza de que não se trata de um falso laudo médico. "Podem ser captados coração, pulmões, fígado, rins, ossos, pele e córneas. Pâncreas também, mas são mais difíceis", elenca. "Para mostrar que é um procedimento totalmente confiável, são feitos três exames confirmatórios após a morte cerebral e todos eles acompanhados pela família e por um médico indicado por ela. "Destes três, dois são exames clínicos e um de imagem", ressalta Leandro. Comprovada a morte encefálica e autorizada a captação, os órgãos são retirados e vão para a primeira pessoa compatível da lista. "Nunca sabemos para quem será destinado o órgão", destaca Daiane.

Além da panfletagem educativa, foram disponibilizadas tendas para a realização de testes rápidos de saúde promovidos por estudantes da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista).

 
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