Um dos grandes problemas enfrentados pelos municípios é o abandono de cães e gatos. Sem uma política eficiente para controlar a reprodução desses animais, o que vemos pelas ruas é de partir o coração: filhotes e adultos perambulando, muitas vezes, sofrendo violência e passando fome. Infelizmente, são poucos os municípios que realmente têm locais apropriados para receber e cuidar desses bichinhos, sendo necessário o apoio de extrema importância desempenhado por entidades e ONGs (organizações não governamentais). Certamente, sem a atuação de voluntários, que têm uma preocupação genuína com esses bichinhos, muitos deles não sobreviveriam aos desafios que é viver na rua.
Uma dessas pessoas é o médico veterinário Edson Kenji. Ele está encabeçando um projeto de castração especificamente de gatos abandonados. Nas proximidades da Penitenciária Wellington Rodrigo Segura, no Distrito de Montalvão, em Presidente Prudente, a população de felinos tem crescido exponencialmente devido ao abandono destes animais na estrada vicinal Irio Zuntini.
O profissional lembra que a castração de gatos é um meio para tentar atenuar o crescimento desta população de animais em situação de abandono, sendo que o projeto visa somente castrar os bichos e, depois, soltá-los novamente. A medida pelo menos inviabiliza o cruzamento entre eles, o que resulta em muitos filhotes abandonados. A tarefa, obviamente, não é fácil. São gatos ariscos, cuja captura é complicada, e precisa ser feita com armadilhas. O próprio veterinário reconhece que o processo é lento, no entanto, é preciso dar o primeiro passo.
Em recente pesquisa, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que no Brasil há 30 milhões de animais em situação de abandono. Segundo a entidade, 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos estão sob esta condição. Portanto, não podemos assistir de braços cruzados a triste situação dos animais abandonados se multiplicar.