O debate econômico no Brasil está paralisado por duas questões: quando a reforma da Previdência vai passar no Congresso Nacional e qual o tamanho do impacto fiscal desta mudança. A proposta apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro prevê que o governo federal economize R$ 1 trilhão em dez anos. É uma urgência do nosso tempo. Ela exige a união daqueles que desejam outro ritmo no desenvolvimento do Brasil. O sistema atual levará à insolvência do Estado e a uma nova e grave recessão.
Em São Paulo, temos mantido o equilíbrio orçamentário. Mas, em sete Estados, o peso da Previdência já compromete os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Cinco Estados já possuem mais servidores aposentados do que na ativa. O prejuízo coletivo é evidente. Há dois anos, temos um crescimento econômico pífio. Se é necessário diálogo e união entre os que desejam um país próspero, é também obrigatório desnudar quem pensa apenas nos próprios interesses. Fraudam o debate para manter privilégios e condenam o Brasil ao baixo crescimento e à perpetuação de injustiça e desigualdade.
Em janeiro último, em Davos, tive 23 encontros com investidores estrangeiros e líderes políticos mundiais. Todos tinham unânime expectativa de retomada dos investimentos no Brasil, mas só com a reforma da Previdência aprovada. A Previdência define o rumo para o futuro do Brasil. Aprovar a reforma o mais rápido possível é ingressar no circulo virtuoso de crescimento contínuo.
Recentes erros econômicos comprometeram duas gerações de brasileiros. Vale arriscar outras? Enquanto países como Chile e Coréia do Sul arrancaram para anos de crescimento contínuo, o Brasil ficou amarrado por corporativismo e uma visão ideológica equivocada e atrasada. A necessidade de se reformar a Previdência já passou pelo teste das ruas. É preciso, agora, passar pelo teste no Congresso. O modelo de crescimento ancorado no Estado, via subsídio estatais e fundos públicos, se esgotou.
As propostas para fortalecer uma economia liberal são defendidas pelos brasileiros de São Paulo. Precisamos de inflação sob controle, juros mais baixos, regras claras e mercado competitivo. O novo ciclo de crescimento do Brasil só de dará quando os agentes privados tiverem confiança na recuperação das contas públicas. Está na hora de a reforma da Previdência libertar o Brasil do atraso crônico e projetar o país para um futuro próspero, com menos pobreza e mais crescimento.