A realidade atual se aproxima cada vez mais de um grande reality show. A presença de câmeras e dispositivos de vigilância se tornou tão comum que, por vezes, nem notamos sua existência. Essa vigilância constante, promovida em nome da segurança, levanta uma série de questões sobre privacidade, liberdade e o futuro da sociedade.
Nos últimos anos, a tecnologia de monitoramento evoluiu de forma significativa. Câmeras de segurança em espaços públicos e privados, sistemas de reconhecimento facial, rastreamento de localização via smartphones e até mesmo dispositivos domésticos inteligentes fazem parte de um vasto ecossistema de vigilância. Esse cenário, que parecia distante e ficcional, é hoje uma realidade palpável.
Para se ter uma ideia de como isso está cada vez mais comum, este diário noticiou que através do resultado de um trabalho conjunto entre as polícias Militar e Civil, Poder Judiciário, MPE (Ministério Público Estadual) e Prefeitura, entrou em operação no dia 22 de junho a Central de Monitoramento, em Santa Mercedes, um município de 2,8 mil habitantes. O projeto conta com 14 câmeras de vigilância instaladas em pontos estratégicos das vias públicas da cidade, com monitoramento em tempo real.
A justificativa para tal monitoramento tanto para Santa Mercedes, como para tantos locais, é, frequentemente, a segurança. Argumenta-se que essas medidas são necessárias para prevenir crimes, garantir a ordem pública e proteger os cidadãos. De fato, há casos em que a vigilância tem se mostrado eficaz na resolução de delitos e no aumento da sensação de segurança. Só não se pode deixar que isso interfira na vida de cada um.