A realidade do estupro e a urgência de justiça

EDITORIAL -

Data 11/04/2025
Horário 04:15

Na noite de quarta-feira, um homem procurado pela Justiça pelo crime de estupro de vulnerável foi finalmente preso pela Companhia de Força Tática do 42º Batalhão de Polícia Militar do Interior, na Vila Ferreira, em Euclides da Cunha Paulista. A prisão ocorreu após a corporação tomar ciência da existência de um mandado em aberto contra o acusado. De maneira ágil e precisa, os policiais foram até o endereço indicado, onde localizaram e conduziram o suspeito ao Plantão da Polícia Civil, onde ele permanece detido.
Por mais que a notícia da prisão traga um alívio temporário, ela também escancara uma ferida profunda e persistente em nossa sociedade: o estupro. Trata-se de um crime bárbaro, que não apenas fere fisicamente, mas destrói psicologicamente suas vítimas, deixando cicatrizes invisíveis que muitas vezes acompanham por toda a vida.
A vulnerabilidade, nesse contexto, pode significar idade, condição mental, dependência ou qualquer outra circunstância que impeça o consentimento pleno e consciente. Estuprar alguém nessa situação é mais do que um ato de violência — é uma afronta covarde à dignidade humana.
É necessário que, além da ação eficaz das forças policiais, como neste caso, o sistema de Justiça atue com celeridade e firmeza. Cada segundo de impunidade representa não apenas uma dor prolongada para a vítima, mas um incentivo tácito para que outros agressores se sintam intocáveis.
Mais do que punir, é urgente prevenir. Isso passa por educação, conscientização, acolhimento às vítimas e fortalecimento das redes de proteção social. O silêncio que cerca muitos desses crimes ainda é ensurdecedor, fruto do medo, da vergonha e da ausência de apoio.
A prisão noticiada ontem é, sim, uma vitória. Mas não é — e não pode ser — uma exceção. Que sirva de alerta, de combustível para mobilizações e de consolo, ainda que mínimo, para as tantas vozes silenciadas pela violência.
A sociedade precisa ser, com urgência, um lugar seguro para todos — sobretudo, para os mais vulneráveis.
 

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