O período de piracema, que ocorre anualmente para garantir a reprodução das espécies aquáticas, é mais do que uma exigência legal; é um compromisso ético com a preservação ambiental e o equilíbrio dos ecossistemas. No entanto, os números recentes divulgados pela Polícia Militar Ambiental indicam que, apesar de uma redução no número de autuações por pesca predatória no oeste paulista, o problema persiste e, em alguns aspectos, se agravou.
Entre 1º e 30 de novembro de 2024, as multas por pesca ilegal aumentaram 35,4% em relação ao mesmo período de 2023, atingindo o montante de R$ 16.024,16. Isso evidencia uma intensificação das atividades ilegais, especialmente quando se observa que a quantidade de redes apreendidas cresceu 181%, de 224 para 630 metros, e o volume de pescado confiscado mais do que dobrou, de 217 quilos para 448 quilos, uma elevação de 106%.
Esses números são alarmantes, sobretudo em uma área de grande relevância ambiental como a da 3ª Companhia da Polícia Militar Ambiental, que abrange 53 municípios do oeste paulista. Apesar do esforço contínuo das autoridades, o aumento das apreensões demonstra que ainda há muitos que ignoram os impactos devastadores da pesca predatória.
A piracema é um período crítico para a sobrevivência de diversas espécies de peixes, essenciais para o equilíbrio das cadeias alimentares aquáticas. Interromper o ciclo natural da reprodução não afeta apenas a fauna local, mas também compromete a sustentabilidade econômica de comunidades que dependem da pesca no longo prazo.
Portanto, o respeito à piracema deve ser encarado como uma responsabilidade coletiva. Cabe às autoridades intensificar ações de fiscalização e conscientização, mas também é fundamental que a sociedade compreenda que a preservação do meio ambiente não é um obstáculo, e sim uma necessidade vital para o futuro de todos.
É hora de refletir sobre o papel de cada um nesse cenário. Afinal, o equilíbrio entre o desenvolvimento humano e a preservação ambiental começa com escolhas conscientes e respeito às leis que visam proteger a riqueza natural que nos sustenta.