A luz da fé

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 11/06/2023
Horário 04:30

“Lumen Fidei” (“a luz da fé”), primeira encíclica do papa Francisco (29/6/2013), foi escrita quase toda por Bento XVI. A finalidade do documento é recuperar o caráter de luz que é específico da fé, capaz de iluminar toda a existência humana. Quem acredita nunca está sozinho, porque a fé é um bem comum que ajuda a edificar as nossas sociedades, dando esperança. Numa época como a nossa, a moderna, em que o acreditar se opõe ao pesquisar e a fé é vista como um salto no vazio que impede a liberdade do homem, é importante ter fé e confiar, com humildade e coragem, ao amor misericordioso de Deus, que endireita as distorções da nossa história.
Testemunha confiável da fé é Jesus, através do qual Deus atua realmente na história. Como na vida de cada dia confiamos no arquiteto, o farmacêutico, o advogado, que conhecem as coisas melhor que nós, assim também para a fé confiamos em Jesus, um especialista nas coisas de Deus. A fé sem a verdade não salva, é apenas um bonito conto de fadas, sobretudo hoje em que se vive uma crise de verdade, porque se acredita apenas na tecnologia ou nas verdades do indivíduo, porque se teme o fanatismo e se prefere o relativismo. Pelo contrário, a fé não é intransigente, o crente não é arrogante: a verdade que vem do amor de Deus não se impõe pela violência, não esmaga o indivíduo e torna possível o diálogo entre fé e razão... A fé se transmite através dos Sacramentos, como o Batismo e a Eucaristia, e da confissão de fé do Credo e a Oração do Pai Nosso. A fé é uma, e a unidade da fé é a unidade da Igreja.
Também é forte a ligação entre acreditar e construir o bem comum: a fé torna fortes os laços entre os homens e se coloca ao serviço da justiça, do direito e da paz. Essa não nos afasta do mundo, muito pelo contrário: se a tirarmos das nossas cidades, ficamos unidos apenas por medo ou por interesse. A fé, pelo contrário, ilumina a família fundada no matrimônio, o mundo dos jovens que desejam “uma vida grande”, dá luz à natureza e nos ajuda a respeitá-la, para “encontrar modelos de desenvolvimento” que não se baseiam apenas na “utilidade ou lucro, mas que consideram a criação como um dom”. Mesmo o sofrimento e a morte recebem um sentido do fato de confiarmos em Deus; escreve ainda o pontífice: ao homem que sofre o Senhor não dá um raciocínio que explica tudo, mas a sua presença que o acompanha. Finalmente, o papa lança um apelo: “Não deixemos que nos roubem a esperança, não deixemos que ela seja frustrada com soluções e propostas imediatas que nos bloqueiam o caminho para Deus”.
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!
 

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