Há exatos 199 anos atrás, o Brasil como nós entendemos hoje se encontrava ainda em vias de formação. D. Pedro I, à época príncipe Regente da Coroa portuguesa no Brasil, pego de surpresa por um grupo de mensageiros quando retornando ao Rio de Janeiro de uma viagem que havia feito à província de São Paulo, fez-se saber do ultimato que as Cortes de Lisboa lhe impunham, exigindo seu retorno imediato a Portugal.
Naquele fatídico dia, entendeu o príncipe que se tornara impossível de se manter unidas as duas nações, pois que seus destinos políticos já não eram mais os mesmos. Bradaria ele, às margens do Rio Ipiranga, o seu famoso mote que, posteriormente, seria eternizado pelas hábeis mãos dos historiadores:
“Independência ou Morte!”, respondia o príncipe a Portugal, dispondo-se a não aceitar o fim de um projeto de Nação que já havia sido iniciado anos antes por um grupo de sujeitos apaixonados pelo Brasil.
Eis que surge o 7 de Setembro de 1822 como a data-marco do rompimento entre Brasil e Portugal, entre uma colônia concisa de si e sua metrópole. Rompimento este garantido pelo esforço de milhares de indivíduos, muitos deles de origem humilde, que deram suas vidas, suor e sangue, durante pouco mais de dois anos de conflitos políticos e militares para enfim se verem livres do domínio português.
Nosso país se encaminha agora para a celebração do bicentenário de sua Independência, que ocorrerá daqui a um ano. A importância da comemoração traz algumas reflexões acerca desta data e como ela retumba ainda hoje em nossa memória social.
Decorridos quase duzentos anos desde os eventos da Independência, o que fica de legado para nós, descendentes destes sujeitos do passado, é que vivenciamos, desde aquele dia até os tempos atuais, um constante aprendizado como povo e como nação.
Uma trajetória cercada de altos e baixos, de regimes políticos que vieram e que se foram, de regressos jurídicos a conquistas de direitos fundamentais, em períodos de ditaduras militares e saltos de democracias, numa caminhada que se iniciou lá atrás com o projeto de nação elaborado e posto em prática por aqueles homens e mulheres corajosos, que decidiram tomar as rédeas de seu próprio futuro.
Seus feitos vivem hoje em nossa consciência histórica, rememorados a cada aniversário da Independência. Nesse 7 de Setembro mais uma vez se faz necessária a reflexão acerca do esforço destes indivíduos que compartilham conosco um passado em comum, juntamente com a necessidade de se continuar essa caminhada, rumo a uma nação e povo independentes, cada vez mais conscientes de si e maduros política, econômica e socialmente.