A didática natural

Em tempo de repensar, é notória a importância do Estado e da política em toda nossa vida. A mão invisível falha quando um microscópico vírus derruba bolsas, empregos e nos encarcera. Tudo muda de perspectiva na crise e o que realmente importa fica evidente. Não se pode mais aceitar a corrupção e muito menos a má gestão. É imprescindível boa educação e voto consciente, em todas as esferas, pra sempre podermos ter um Estado inteligente, servil, eficiente e democrático.

Não podemos achar que o socialismo é o caminho, mas o capitalismo sem freio e sem a distribuição correta de oportunidades, não deve ser mantido.

Acredito em um mundo melhor quando se pondera os extremos e se chega a decisões equilibradas visando o bem estar comum. Hoje vemos que o ter perde o sentido com a morte de muitos, ou com o colapso da saúde, onde todos são afetados e qualquer poder ou dinheiro é ignorado pelo poder invisível, materializado em um vírus.

Seguir Keynes ou Marx não são caminhos. Devemos usar as opiniões conflitantes em um caminho do meio para o bem estar geral. A própria mídia, como um quarto poder, não deve ser parcial e extremista.

Se algo só foca em esquerda ou direita, é desequilibrado por acepção do equilíbrio, e o que não tem equilíbrio, provoca dor, sofrimento e é como um vício, fanatismo e fadado ao insucesso. Existe o dia e a noite, o calor e o frio, e sempre uma parte só existe pela existência da outra.

Os extremos são reflexos de ignorância e falta de completude. A paz advém do respeito e tolerância, do amor e da humildade para nunca se fixar em uma opinião como se fosse um dogma imutável. Somos seres viajando juntos em um planeta e que não têm conhecimento onipresente ou até mesmo parcial da própria existência.

A maioria de nossas decisões e ações é tomada pelo inconsciente e somos mortais com uma vida insignificante perto do infinito temporal e espacial.

A única forma de sermos felizes e saudáveis é com o outro. Apenas a união faz a humanidade ser relevante. Quem mais grita é quem mais deve se calar. Precisamos de ouvintes e conciliadores e não de ignorância extremista e cega.

Todo mundo quer ser tão genial e especial que esqueceu termos como: "não sei", "talvez", "pode ser" e "vou pensar".

Pode ser que a pandemia acabe este ano, há quem fale sobre mutação, re-contágio, não sei se irei sobreviver ou se perderei algum ente querido, vou pensar que tudo ficará bem, e acreditar em um mundo melhor, depois do didatismo do RNA de um vírus.

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