Eles têm grande porte. São fortes, ágeis e atentos. Na Cavalaria do 8º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), em Presidente Prudente, o treinamento com os cavalos merece uma atenção especial, pois são eles quem causam uma certa intimidação ao cidadão infrator. De cima do animal, a posição privilegiada do policial amplia a possibilidade de uma visão geral da área de patrulhamento, principalmente, durante eventual ocorrência para o controle de multidões.
Geralmente, dependendo da região, as técnicas são aplicadas em partidas de futebol ou em protestos. No entanto, o aprimoramento em Prudente ocorre por conta do período eleitoral, que ocorrerá neste ano. De acordo com o comandante da Cavalaria do 8º Baep, 1º-sargento-PM Edson Laurindo Krauss Junior, com a aproximação das eleições, onde haverá maior concentração de pessoas, com possíveis manifestações, a equipe precisa estar em constante treinamento para agir nestas situações.
A reportagem foi convidada para acompanhar o treino que simulou uma missão na arena do batalhão. Durante as provas, foram montados circuitos com diferentes eventualidades que podem surgir no controle de multidões: obstáculos como barricadas, cones, pneus queimando e linha de fogo permitem que os animais se acostumem com as cenas e não tenham medo na hora de agir – treinamento considerado “muito importante” pelo comandante, que também utiliza música com volume elevado para aproximar o animal da realidade.
Como noticiado por este diário, além do serviço do controle de multidões, as equipes também atuam no policiamento ostensivo e preventivo em diversas áreas consideradas estratégicas pela polícia.
Mas, para que as missões tenham desempenhos cada vez melhores, a relação entre homem e animal precisa estar alinhada. Conforme o comandante, a afetividade entre eles deve começar logo no primeiro contato, e vai sendo aprimorada no decorrer da rotina. E é pela conversação, o cheiro, a maneira de montar, que o animal vai ganhando a confiança do policial, segundo Krauss.
“Alguns se adaptam mais rápido, outros dão um pouco de trabalho, vai depender muito do animal”, explica. Os cavalos são da raça “brasileiro de hipismo”, e já vêm domados pelo Regimento de Polícia Montada do Estado de São Paulo. Atualmente, a região conta com 14 animais e 15 policiais que integram a equipe.
De acordo com Krauss, a rotina dos cavalos precisa ser monitorada – banho, escovação, limpeza do estábulo, ração e feno nas quantidades corretas –, tarefas praticadas pelos próprios militares, o que viabiliza maior contato. Para integrar a equipe, os policiais passam por curso de especialização de polícia montada, além de outros, como ferrador e auxiliar de enfermeiro veterinário.
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