3º Sarau em Libras promove 22 apresentações no Teatro César Cava

"Os mesmos se sentem realizados, pois sabem que oportunizaram um momento de entretenimento à comunidade surda, pois é muito difícil eventos direcionados a esse público".

VARIEDADES - DA REDAÇÃO

Data 13/05/2015
Horário 11:03
 

O Sarau em Libras transforma a linguagem dos sinais em arte inclusiva no palco de Teatro César Cava da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) de Presidente Prudente. Em sua terceira edição, o evento da Faclepp (Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação) contou com 22 apresentações de música, teatro, poesia, depoimento, além de vídeo e palestra sobre direitos dos surdos.

Durante o evento, o arte-educador Josué Pantaleão pintou uma obra que interagia com um participante de cada grupo que se apresentava no palco. Um dos momentos mais emocionantes foi o depoimento da egressa de Letras, Andréa Segatto, que relatou a importância da Libras na vida dela durante o difícil tratamento de um câncer raro.

Valéria Isaura de Souza, coordenadora do evento e professora responsável pela disciplina de Libras, enfatizou a evolução das apresentações nessa edição. De acordo com ela, devido às condições da surdez, a cultura surda necessita de estratégias visuais como expressão corporal e facial, além do figurino que ajuda na aproximação do real. "Dessa forma, as apresentações ficam mais atraentes para as pessoas surdas e para os ouvintes também".

Gisele de Andrade Teixeira Sales, da comissão organizadora, comenta que os acadêmicos se dedicaram muito nos ensaios e todos demonstraram muito empenho para atingir uma boa preparação profissional. "Os mesmos se sentem realizados, pois sabem que oportunizaram um momento de entretenimento à comunidade surda, pois é muito difícil eventos direcionados a esse público".

Nayara Cristina Oliveira Menezes, acadêmica do 5º termo de Ciências Biológicas, abriu as apresentações com a interpretação do Hino Nacional. Ela teve contato com a linguagem dos surdos no coral da escola e se apaixonou. Quando terminar a faculdade, Menezes quer se aprimorar com o curso de 60 horas. "Eu quero ser professora e além de Libras ser algo bonito, eu quero integrar mais o aluno surdo na aula, não só deixar para o intérprete. Libras é importante, não é porque a pessoa tem uma deficiência, que tem que ser excluída, mas pra gente poder se comunicar com eles e entender um universo maravilhoso e totalmente diferente para nós ouvintes".

Souza finaliza ressaltando que a maioria dos surdos de Presidente Prudente e região são jovens e interagem em qualquer lugar, mas ainda existem várias barreiras comunicacionais na sociedade. "No evento, eles se sentem bem à vontade, porque são bem acolhidos e atendidos com acessibilidade linguística, conforme suas necessidades", finaliza a professora.
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