Cerca de 30 agressores já foram atendidos pelo NAH (Núcleo de Atenção ao Homem) em Presidente Prudente, desde a inauguração do grupo em janeiro de 2015. Atualmente, seis homens recebem auxílio psicológico e assistencial do projeto, de acordo com o psicólogo Edson Marcelo Oliveira Silva, 26 anos, responsável pela criação e manutenção do grupo de apoio.
A ideia surgiu pela iniciativa da Rede Mulher (Rede de Proteção à Mulher) em 2009, já que o objetivo era trabalhar com autores envolvidos em atos de violência de gênero, conforme o psicólogo. Porém, o projeto iniciou assim que ele realizava o último período de estágio no Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). “Tive interesse pela ideia e ganhei apoio também da Astae, uma associação de saúde, trabalho, meio ambiente e educação que, além de tudo, contribui para recursos humanos e financeiros do grupo”, destaca.
“Prudente, até então, não tinha órgão responsável pelo trabalho de reeducação e orientação aos agressores, já que este trabalho é obrigatório na Lei Maria da Penha”, argumenta o psicólogo. O artigo 45 desta legislação explica que o juiz pode impor o comparecimento do agressor nestes programas no cumprimento da pena. Já o Judiciário tem autonomia e julgou como positiva esta medida na cidade, entretanto, depende do tipo de pena que o agressor está cumprindo no momento, segundo o promotor de Justiça Criminal de Prudente, Márcio Kuhne Prado Júnior, 56 anos. “Nossa cidade foi pioneira na região oeste do Estado de São Paulo em oferecer este serviço”, comenta.
Além disso, ele explica que autores de crimes dolosos contra a vida, estupradores e dependentes químicos não são atendidos pelo NAH, pois estas pessoas necessitam de tratamentos mais específicos. Estabelecido o núcleo na cidade, foi feita uma capacitação dos membros envolvidos no projeto para que passassem a fazer a orientação dos autores.
No começo, a demanda de orientações era baixa e o grupo atendeu apenas um homem, segundo o psicólogo responsável. “Nós encontramos um pouco de dificuldade, mas conforme o tempo foi passando, os atendimentos aumentaram”, lembra. Em relação ao serviço que ocorre toda quarta-feira, ele observa que o grupo não oferece tratamento clínico. “É uma orientação individual, fazemos um cadastro com ele como se fosse fazer uma entrevista e depois encaminhamos para nosso grupo reflexivo”, finaliza Edson.
Nossa cidade foi pioneira na região oeste do Estado de São Paulo em oferecer este serviço
Márcio Khune Prado Júnior,
promotor de Justiça Criminal de Prudente