2ª edição da HQ "Peixe Peludo” está pronta

Obra deve ser bancada por crowdfounding, paga pela arrecadação do público e está na rede para que apoiadores contribuam

VARIEDADES - Oslaine Silva

Data 09/10/2013
Horário 08:30
 

O jornal O Imparcial, como fazem questão de ressaltar os próprios autores, teve um papel importante no lançamento da primeira história em quadrinhos (HQ) do ilustrador prudentino (que atualmente mora em São Paulo) Rodrigo Bueno e o poeta piracicabano Rafael Moralez. Agora, este diário divulga o trabalho já pronto dos dois, com a segunda edição do personagem, intitulada "Peixe Peludo 2 - O herói da raça parte 2". A impressão deve rolar bancada por crowdfounding, ou seja, paga pela arrecadação do público apaixonado por HQ.

Jornal O Imparcial Do interior para a capital: Rodrigo Bueno e Rafael Moralez

De acordo com os autores da obra, essa prática de financiamento coletivo é cada vez mais comum, em diversos segmentos da arte, como literatura, cinema e festivais, entre outros, proporcionando a concretização de vários projetos. O valor a ser atingido é de R$ 6,5 mil e até o momento está em pouco mais de R$ 2,3 mil. Para saber mais como ser um apoiador do projeto de arrecadação, basta acessar o site http://catarse.me/pt/peixepeludo2. "Essa é uma nova forma de fazer arte e produzir cultura. Com a arrecadação pelo Catarse, vamos imprimir o quadrinho, pagar a gráfica e o envio dos exemplares. Não estamos visando nenhum tipo de lucro, nossa ideia é apenas colocar a história à disposição para quem gostou do primeiro", ressaltam.

Ambos destacam que o legal é que basta as pessoas acreditarem na obra e contribuírem. Outra coisa bacana é que o apoiador se torna de certo modo parte do projeto, uma vez que ele é responsável pela concretização do mesmo. Bueno conta que o gibi deve ter 102 páginas, porém, deve aumentar esse número para cerca de mais 20, onde pretendem colocar os nomes dos apoiadores. Na primeira edição, além do lançamento em São Paulo, em fevereiro de 2011, os autores lançaram o primeiro livro também em Presidente Prudente, no Centro Cultural Matarazzo.

Editada pela Conrad, a obra foi indicada a três prêmios HQMix, agora eles querem imprimir e lançar de forma independente, sem editoras intermediando o processo. "Antes eram apenas duas opções de mercado. Em uma, o valor comercial era frisado, onde uma grande corporação investia. A outra por meio de investimentos de editais públicos, que é legal, mas acaba amarrando o autor com o Estado ou empresas", pontua Bueno.

Segundo os dois, com o financiamento coletivo, nem mercado nem Estado decidem o que deve ir para a rua e, sim, pessoas reais. "Como eu e você, que acreditam nos projetos e seus autores. E o nosso compromisso será prestar contas, agradando e satisfazendo o público, que é o que realmente é importante", concluem os autores.

 

Campanha

Bueno e Moralez ressaltam que os que aderem a campanha podem contribuir com diversos valores e ainda são recompensados. Por exemplo, apoiando com R$ 15, ganha adesivo do Peixe Peludo e marca-páginas; com R$ 25, leva um livro autografado do "Peixe Peludo 2 - O herói da raça", adesivo e marca-páginas; com R$ 35, um exemplar autografado, dois adesivos e dois marca-páginas; com R$ 60, um livro autografado, um adesivo, um marca-páginas e uma página do original à sua escolha; com R$ 120, recebe dois livros autografados, dois adesivos, dois marca-páginas e duas páginas do original que a pessoa mesmo escolhe a partir das páginas disponíveis; e com R$ 300 ou mais, terá direito a três livros autografados. A estimativa de entrega é até novembro.

"Se tudo der certo, em breve ‘Peixe Peludo 2 - O herói da raça’ estará nas ruas! Quem já leu o primeiro vai gostar muito dessa nova saga", afirma Bueno.

 

"Peixe Peludo 2"

Quem nunca ouviu a expressão "peixe fora d’água"? Pois bem, esta se aplica a pessoas que, fora de seu ambiente natural, ou no meio de uma situação, para elas desconhecida, são fortes candidatas ao fracasso, ao tentarem entrar no assunto. "No ‘Peixe Peludo 2 - O herói da raça’, segue torta e sem rumo, e eis que surge a pergunta: ‘dentro ou fora do espelho’? Digamos que seja uma narrativa que traz um teste à insanidade, tipo aquelas pessoas que falam sozinhas, deslocadas, sem chão. É meio que uma psicodelia, onde ora ele vive o cenário real, ora a distorção da realidade", explica Bueno.

Ele conta que o Peixe Peludo que é um músico solitário e ranzinza que, ao acordar de ressaca, descobre que perdeu o seu trompete e, mesmo sem saber ao certo por onde esteve na noite passada, resolve sair para procurá-lo. Nessa trajetória, ele - que possui pernas como as dos humanos - passa por diversos lugares da cidade de São Paulo, como pela Cracolândia, Avenida Paulista, Rua Augusta e acaba até num hospital onde curiosamente colocam nele um rabo de crocodilo.

"Neste percurso, ele passa por diversas situações cheias de reflexões, que cada leitor acabará interpretando da sua maneira. Mas posso adiantar que estas podem ser desde melancólicas até irônicas", comenta Moralez.

Segundo os autores, eles desenvolveram este novo projeto entre 2011 e 2012 e o que os surpreenderam foi o fato de muitas questões que abordaram na ficção em seguida começarem a ocorrer na realidade. "Uma das passagens do Peixe Peludo é numa passeata. Nem imaginávamos que veríamos essa onda de protestos com passeatas por todo o País. E tem outras mais que assim que tiverem em mãos poderão conferir", destaca Bueno.

 

Como surgiu

Quando a primeira edição foi lançada em Prudente, Bueno, em uma matéria para este impresso, disse que além do sentimento, misturado ao entusiasmo com a cidade grande, que dá o tom ao personagem, obra nasceu graças a uma recordação de sua cidade. Conforme ele, sempre que ia à Peixaria Guanabara com seu pai, ficava admirando a pintura de um peixe com cartola, casaca e duas pernas que dizia: "Coma peixe". "Foi a partir dai que o ‘Peixe Peludo’ tomou forma ", relata Bueno.

"Outra coisa que vale ressaltar é que apesar do cenário representar a capital paulista, a história aborda temas e problemas comuns a todas as pessoas, entre eles a solidão, o estresse, namoro e a arte como um todo, desde o carnaval, música, teatro, entre outros", pontua Moralez.

E completam que a história linear, com mais personagens, diálogos, momentos de tensão e clímax, essas coisas de roteiro que prendem a atenção, seria uma boa ideia. Contudo, desde os primeiros esboços, a coisa foi se definindo, com cara de autoajuda-ao-contrário. "Não tem diálogo, nos balões estão pensamento do personagem", destacam os autores.

 

serviço

AOS INTERESSADOS


Pra saber mais sobre a HQ e como ser um apoiador, essas são as páginas do Peixe Peludo no Facebook:

http://peixepeludo.blogspot.com.br/

https://www.facebook.com/PeixePeludo?ref=hl

http://catarse.me/pt/peixepeludo2
Publicidade

Veja também