Em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Infanto-Juvenil, a Fundação Mirim, de Presidente Prudente, reuniu na tarde de ontem aproximadamente 200 jovens, de 15 e 16 anos, para duas atividades cujos objetivos eram os de levar informação sobre o tema. Além de uma palestra, eles assistiram ao filme ‘Confiar’ e debateram sobre como identificar situações de exploração. “Trabalhamos todos os anos com a temática, por sabermos da importância e da quantia de casos que ocorrem em todo o país. Queremos, ainda, que eles se fortaleçam para a denúncia”, comenta a assistente social da unidade, Daiane Martins.
A profissional lembra que dentro das principais dificuldades quando se fala sobre o abuso infanto-juvenil, está o fato de que é comum encontrar muitos que não saibam identificar os agressores, bem como os sintomas que caracterizam tais atos. “Dei algumas orientações e falei sobre o aumento na quantidade de registros nos últimos anos, o que pode significar mais casos de abusos ou mais notificações por parte das vítimas”.
Ela esclarece ainda que dentre os sintomas e que podem ser analisados estão gestações que “não condizem” com a idade das jovens, desenhos de órgãos genitais, isolamento, queda no rendimento escolar e limpeza excessiva do corpo. “No início, como é comum, eles receberam com certo receio a atividade, por causa do tema, mas conseguiram debater e entenderam o recado que queríamos transmitir”, finaliza a assistente social.
A jovem de 16 anos, Gabriela Barros, entrou na fundação no início deste ano com o objetivo de se profissionalizar para o mercado de trabalho e comenta que a experiência tem sido agradável, principalmente pela quantidade de atividades que proporcionam debates, como a de ontem. “Esse é um tema que eu já conversei em casa e também com meus amigos, pois acho que a sociedade deveria falar mais abertamente sobre. Sabemos que muitas pessoas sofrem esse tipo de problema, o pode acabar com uma vida”.
Já o jovem de 15 anos, Cauã Vitor Ramos, que também ingressou na unidade neste ano, disse ver o assunto como pertinente não apenas no curso, mas por saber que ele deveria expandir para escolas e universidades. “Nem todos têm essas informações que estamos recebendo, e penso que é interessante falar sobre. Em relação ao filme, vimos que muitas vezes o adolescente não percebe que está sendo abusado, daí a importância de saber debater”.