200 anos da Independência do Brasil

António Montenegro Fiúza

«Já podeis da pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil!
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil,
Já raiou a liberdade
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil! (…)»
Hino da Independência, Dom Pedro, 1ª estrofe

Comemoram-se 200 anos da Independência do Brasil, neste ano do Senhor de 2022; mas o processo que conduzira à emancipação do país fora extenso, intrincado e belicoso, tendo iniciado algumas décadas antes e culminado, com o reconhecimento oficial, apenas três anos depois.
As revoluções e conjurações tiveram o seu começo em Salvador da Bahia, quando uma grupo de nobres e membros da elite brasileira revoltara-se contra os altos impostos e taxas devidas à corte portuguesa e contra o esclavagismo. Esta seria a primeira pedra, lançada no alicerce das novas ideias e novos projetos para um Brasil que se idealizava. 
E a história – essa que nos molda e que nos integra, tal como nos é ainda contada, parece um conto de fadas ou um drama épico: com reis e rainhas, príncipes e marqueses, mulheres fortes e guerreiras, homens de armas e de honra; intrigas, conflitos, batalhas, conquistas, incertezas… mas o final, feliz como lhe cabia ser, é de conquistas e vitória: enfim, a emancipação do país chamado Brasil. 
Uma história também ela construída por grandes estudiosos e pensadores, de uma Sociedade Literária que debatia as grandes questões da época e que projetava uma nação nova a qual emergia, sob o signo de uma sociedade igualitária, sem esclavagismo e autónoma. Em Pernambuco, no ano de 1817, arquitetava-se a crónica de um país republicano, libertário, federalista e com auto governo.

«(…)Ressoavam sombras tristes
Da cruel Guerra Civil,
Mas fugiram apressadas
Vendo o anjo do Brasil.
Mas fugiram apressadas
Mas fugiram apressadas
Vendo o anjo do Brasil. (…)»
Hino da Independência, Dom Pedro, 4ª estrofe

Um país unificado sob os mesmos ideias que bradava o 7 de Setembro de 1822, o grito da independência, nas margens do Rio Ipiranga; uma nação abençoada que aclamava D. Pedro I como o Imperador do Brasil; uma nova pátria que o coroava e consagrava a 1º de dezembro. E, embora os conflitos tenham durado até 1824, culminaram com a apresentação da primeira constituição do novo país.
O Brasil, que há 200 anos se projetava, está ainda em construção; a revolução ainda não terminou e somos chamados, todos, a sermos operários, pedreiros e empreiteiros, nesta grande obra. 

«(…)Parabéns; já somos livres;
Já brilhante, e senhoril
Vai juntar-se em nossos lares
A assembleia do Brasil.
Vai juntar-se em nossos lares
Vai juntar-se em nossos lares
A assembleia do Brasil.»
Hino da Independência, Dom Pedro, 10ª estrofe
 

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