Nesta segunda-feira (7) foi registrado um incêndio supostamente criminoso no Parque Apoena, reserva florestal de assentamento, gleba do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), administrada pela Apoena (Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar) para restauração florestal, em Presidente Epitácio. “Acreditamos em represália contra as nossas ações de reintegração de posse na reserva! Não respeitam a decisão da Justiça, ignoram o Ministério Publico, ameaçam servidores do governo e desdenham da polícia! No sábado fizemos um bloqueio numa estrada clandestina utilizada pelos invasores e, hoje [segunda] de manhã, já entraram com fogo. Uma clara represália ao nosso trabalho de gestão do imóvel. Perdemos 10 hectares de área restaurada! Vinte mil mudas de espécies nativas da mata atlântica viraram cinzas!”, lamenta o presidente da associação, Djalma Weffort.
Conforme Djalma, o primeiro incêndio teve início por volta das 6h30 e foi debelado por volta das 10h. Uma hora depois, às 11h, ocorreu um novo incêndio, que foi contido ao meio-dia. No primeiro, contaram com o apoio do Corpo de Bombeiros e a equipe da Apoena. Já no segundo evento, não houve necessidade de acionar a corporação, segundo o presidente, pois o fogo foi de pequena proporção e a própria equipe conseguiu apagar as chamas.
Djalma destaca que os prejuízos são muitos, além da perda das mudas que têm valor tanto ambiental para a biodiversidade, fauna, quanto econômico. Se houver uma condenação na Justiça essas pessoas terão que ressarcir o prejuízo dessas mudas, segundo o que diz a legislação.
Ele menciona que estão na administração dessa gleba, que é reserva legal dos assentamentos do Incra na região há mais de 20 anos, e esses invasores, liderados por uma pessoa, estão tentando ocupar essa área por todo esse tempo. “Reintegração de posse, vários processos criminais, tudo isso não tem agradado estas pessoas e eles debocham das autoridades, fazem ameaças, eu inclusive já fui ameaçado de morte... E nós fazemos alarde pelos quatro cantos do mundo para que isso pare. Com ações legais, buscando apoio junto a todas as entidades possíveis, como Ministério Público, as polícias Ambiental, Militar, Civil e principalmente a Federal”, salienta o administrador da Apoena.
A reportagem buscou um posicionamento do Incra, mas até o fechamento desta edição, não obteve retorno.
Fotos: Apoena
Bombeiros foram acionados para conter o fogo logo que iniciou
Vinte mil mudas de espécies nativas da mata atlântica viraram cinzas