“O tempo voa”. Em algum momento da vida essa frase foi proferida ou escutada por quase todos. E para alguns, os últimos 20 anos, por exemplo, que marcam o início desse milênio, também pode ser descrito dessa forma. Duas décadas que passaram em um piscar de olhos, voaram, como se hoje fosse 2020 e há 37s90 fosse 2000. Esse pelo menos é o tempo que levou a equipe brasileira de atletismo no revezamento 4x100, nos Jogos Olímpicos de Sidney, na Austrália, a trazer a medalha de prata pra casa, em 30 de setembro de 2000.
O segundo lugar que teve gosto de ouro para o Brasil. E é dessa forma, como se o tempo nesses 20 anos tivesse realmente voado, como a equipe brasileira voou naquele dia, que os atletas que viveram o momento relembram o aniversário da data com a devida saudade e importância que o momento reflete.
Vicente Lenilson, Edson Luciano Ribeiro, André Domingos e Claudinei Quirino. O quarteto que formou a equipe que competiu e nessa exata ordem estrelou em Sidney, um a um repassando o bastão do revezamento ao outro até que o último ultrapasse a linha de chegada, confirmando assim, a medalha de prata para o Brasil. E o que todos eles têm em comum? A passagem por Presidente Prudente, que naquele exato momento do título, treinavam em solo prudentino, pela pista da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista) sob o comando do treinador Jayme Netto.
“ESSA MEDALHA MUDOU MINHA VIDA, PORQUE A PARTIR DAÍ FOI QUE EU PERCEBI QUE REALMENTE AINDA NÃO TINHA UMA VIDA. E EU LEMBRO COMO SE FOSSE HOJE”
Claudinei Quirino
Claudinei Quirino, o atual secretário de Esporte de Prudente, foi o último deles a correr na prova e a atravessar a linha de chegada. “Essa medalha mudou minha vida, porque a partir daí foi que eu percebi que realmente ainda não tinha uma vida. E eu lembro como se fosse hoje. Hoje mesmo [ontem] eu medi a medalha com meu filho e recordando essa data tão maravilhosa”, completa.
Por um bom tempo, como já dito, a equipe treinou em solo prudentino, até mesmo no momento em que participaram das Olimpíadas. E foi a partir daí, que dias depois a bandeira da cidade de Presidente Prudente seria apresentada ao mundo todo, em rede nacional.
E foi exatamente assim. Quirino, que atravessou a linha de chegada e firmou a prata, momento depois, na comemoração, se destacou entre os demais, ao erguer a bandeira prundentina, em meio às brasileiras. “Foi algo pensado. Em um certo momento após a convocação, eu fui entrevistado por um jornalista e disse a ele que se eu tivesse a bandeira de Prudente, e ganhasse, eu mostraria para o mundo todo. Faltando alguns dias para ir, ele me deu a bandeira. E felizmente eu pude cumprir com a minha palavra”, felicita.
Para Claudinei, foi a maneira que encontrou de ser “grato a Prudente”, e a tudo que a cidade lhe ofereceu, até mesmo não sendo prudentino de nascimento, mas sim “de coração”.