Seja pela qualidade na transmissão, ou para ingressar no nicho de mercado ocupado pelos celulares, tablets e aparelhos afins, 18 emissoras de rádio da região que operam na faixa AM (modulação em amplitude), solicitaram a migração para o espectro FM (frequência modulada). A lista com as solicitações foi divulgada em 28 de abril pelo MiniCom (Ministério das Comunicações), com o pedido de 819, das 1.772 emissoras espalhadas por todo país. A alteração foi autorizada por meio do Decreto Presidencial 8139, de 7 de novembro de 2013, que prevê a extinção do serviço de radiodifusão sonora em ondas médias de caráter local no país.
A migração da faixa AM para FM é um anseio antigo dos radiodifusores brasileiros que, com as mudanças no setor, esperam recuperar a audiência, prejudicada não apenas pela interferência no sinal de transmissão, mas principalmente por não poderem ser sintonizadas por dispositivos móveis. As solicitações são feitas por meio de audiências públicas, realizadas em todos os Estados. Em São Paulo, 37 das 274 rádios AM não apresentaram o requerimento, que ainda pode ser oficializado até o dia 10 de novembro deste ano.
Das 237 requisições oficializadas na sessão pública realizada em 24 de março, na Delegacia do MiniCom, em São Paulo, 17 partiram de emissoras localizadas na 10ª RA (Região Administrativa), além da Rádio Marconi AM (1190 KHZ), de Paraguaçu Paulista, que não integra a 10ª RA, mas está na área de abrangência de
O Imparcial. "Todas as rádios terão que fazer a migração para sobreviver. Nosso sinal sofre uma série de dificuldades pela interferência de outras tecnologias. Portanto, a migração para FM possibilitará uma melhora na qualidade do áudio", considera Aldo Ramos, 48, diretor da rádio Prudente AM (1070 KHZ), uma das quatro emissoras de Presidente Prudente que entraram com o pedido.
Com mais de 65 anos de existência, a Onda Viva AM (1300 KHZ), de Santo Anastácio, também optou por deixar os sinais de modulação em amplitude para ingressar nas ondas da frequência modulada. Para o padre Jurandir Severino de Lima, 43, diretor da rádio, além das melhorias na qualidade da transmissão, a alteração irá expandir os horizontes de mercado para as emissoras. "As AMs estão em declínio no país inteiro, enquanto as FMs estão em ascensão, devido à qualidade do áudio, que é muito superior. A mudança facilitará a manutenção das rádios e democratizará o mercado", afirma o sacerdote.
"Sonho salgado"
Se por um lado, o restabelecimento na qualidade do sinal poderá ampliar a abertura mercadológica das emissoras, por outro, a mudança do AM para o FM deverá pesar diretamente no caixa das emissoras, que já sofrem com os altos e baixos da economia. A solicitação da migração foi apenas o primeiro passo do percurso, que deve envolver ainda um estudo de viabilidade técnica realizado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Feito isso, os radiodifusores terão alguns custos, como por exemplo, a diferença entre o valor da outorga em AM e FM, como também com os equipamentos necessários às transmissões. Conforme Ramos, valor da outorga à parte, as emissoras deverão desembolsar algo entre R$ 150 mil e R$ 200 mil. "A migração é um anseio antigo, mas que irá demandar um alto investimento. Mas, depois de concluída, quem ganhará são os ouvintes, que terão uma variedade maior na programação", analisa Ramos, que afirma ainda que as migrações deverão ser efetivadas apenas a partir do próximo ano.
Migração solicitada
Com quatro concessões registradas, Presidente Prudente foi a cidade com o maior número de pedidos, que partiram das rádios Comercial AM (1440 KHZ), Globo AM (1380 KHZ), Difusora AM (900 KHZ), assim como a Prudente AM. Além delas, a Onda Viva AM e a Paulista AM (1330 kHZ) possuem a concessão para Santo Anastácio e Regente Feijó, respectivamente, porém, ambas mantêm estúdios na capital da Alta Sorocabana.
No oeste paulista, outras quatro emissoras entraram com a solicitação junto ao MiniCom. Trata-se das rádios Tuiuti AM (1010 KHZ), de Martinópolis; Vale do Rio Paraná AM (1560 KHZ), de Presidente Epitácio; Difusora AM (1230 KHZ), de Rancharia; e Universal AM (1530 KHZ), de Teodoro Sampaio. Já na Nova Alta Paulista, Adamantina aparece com as rádios Brasil AM (790 KHZ) e Joia AM (930 KHZ). Dracena também teve duas interessadas em transferir o sinal para FM, sendo a Regional AM (1360 KHZ) e a Globo AM (1490 KHZ). Em Osvaldo Cruz, a Clube AM (750 KHZ) entrou com a solicitação, assim como a Difusora AM (1400 KHZ), de Lucélia, e a Difusora AM (1530 KHZ), de Tupi Paulista.
Emissoras que solicitaram a migração
Comercial AM (1440 KHZ) - Presidente Prudente
Globo AM (1380 KHZ) - Presidente Prudente
Difusora AM (900 KHZ) - Presidente Prudente
Prudente AM (1070 KHZ) - Presidente Prudente
Regional AM (1360 KHZ) - Adamantina
Globo AM (1490 KHZ) - Adamantina
Brasil AM (790 KHZ) - Dracena
Joia AM (930 KHZ) – Dracena
Difusora AM (1400 KHZ) – Lucélia
Tuiuti AM (1010 KHZ) – Martinópolis
Clube AM (750 KHZ) - Osvaldo Cruz
Marconi AM (1190 KHZ) - Paraguaçu Paulista
Vale do Rio Paraná AM (1560 KHZ) - Presidente Epitácio
Difusora AM (1230 KHZ) – Rancharia
Paulista AM (1330 kHZ) - Regente Feijó
Onda Viva AM (1300 KHZ) - Santo Anastácio
Universal AM (1530 KHZ) - Teodoro Sampaio
Difusora AM (1530 KHZ) - Tupi Paulista
Fonte: Ministério das Comunicações