Das 144 chapas ao Executivo municipal das cidades da região de Presidente Prudente, 23 (15%) são compostas por um único partido, sem coligação. As siglas com mais chapas únicas são o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), com três; e o PV (Partido Verde), SD (Solidariedade), PPS (Partido Popular Socialista) e o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), com duas cada. Os dados foram coletados no site DivulgaCandContas 2016, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Apresentam uma chapa única na região o PHS (Partido Humanista da Sociedade), PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), PSC (Partido Social Cristão), PP (Partido Progressista), PCdoB (Partido Comunista do Brasil), PTdoB (Partido Trabalhista do Brasil), PT (Partido dos Trabalhadores), PEN (Partido Ecológico Nacional) e PSD (Partido Social Democrático).
O excesso de candidatos na maior cidade regional não é novidade, visto que Prudente é a segunda sede de Região Administrativa do Estado que possui maior taxa de candidatos a prefeito por 10 mil eleitores, conforme noticiado por este diário no início do mês. Para o professor e pesquisador do Departamento de Estatística da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), campus prudentino, Antonio Assiz de Carvalho Filho, a profusão de postulantes aos cargos e de coligações apontam para a ausência de ideologia entre os representantes políticos da região, o que resulta nessa organização de pequenos grupos políticos, formando as alianças.
"Se você pensar que esses municípios estão endividados e os futuros prefeitos que irão assumir vão pegar municípios quebrados, aí já começa uma narrativa interessante", ressalta o docente. Antonio Assiz declara que esse cenário resulta na realização dos acordos não a partir de ideias e projetos pelo bem público, mas por interesses menores, fazendo com que as cidades "nunca tenham horizontes para se desenvolver, visto que não há disputa entre ideologias e não há verdadeiramente uma oposição".
Em nível de debate, para o pesquisador, muitos entre os atuais candidatos "são superficiais, não se posicionam de forma contumaz e vivem pautados em pesquisas de opinião e propostas demagógicas, sem embasá-las no desenvolvimento de estudos". "Os próprios dirigentes partidários não têm formação para trabalhar com ideologia e não fazem nem a triagem dos candidatos. Para isso precisou ser criada, inclusive, a ficha limpa", diz.
A única forma de combater esse "danoso ambiente político" em longo prazo, para Antonio Assiz, é a organização da sociedade civil e a imprensa livre. "Sem isso o processo eleitoral corre frouxo", esclarece. Mas isso já está começando a surgir em Presidente Prudente, com a campanha de voto consciente realizada pela UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente) há três eleições, com o objetivo de conscientizar sobre a importância da ação. A cartilha completa elucidando sobre o processo eleitoral está disponível no link http://www.uepp.org.br/voteconsciente/.
Municípios sem aliança
A ausência de alianças ocorreu em 17 dos 53 municípios regionais, são eles: Caiabu, Emilianópolis, Inúbia Paulista, Marabá Paulista, Mariápolis, Martinópolis, Nova Guataporanga, Ouro Verde, Panorama, Pirapozinho, Presidente Bernardes, Presidente Prudente, Ribeirão dos Índios, Sandovalina, Santa Mercedes, São João do Pau D’alho e Tarabai.
"A profusão de coligações apontam para a ausência de ideologia entre os representantes políticos da região, o que resulta nessa organização de pequenos grupos políticos"
Antonio Assiz de Carvalho Filho,
professor e pesquisador