Até o fim do mês passado, 14 usinas sucroalcooleiras da região de Presidente Prudente haviam renovado o compromisso com o Protocolo Socioambiental, que faz parte do Programa Etanol Verde. O número indica queda em relação a 2012, quando 18 agroindústrias regionais ostentavam o certificado. No entanto, as empresas que perderam o selo já abandonaram a moagem da cana. É o caso das usinas Floralco Açúcar e Álcool, de Flórida Paulista, Decasa, de Caiuá, Usina Alvorada do Oeste, de Santo Anastácio, e a unidade de Narandiba da Umoe Bioenergy.
A mecanização da colheita da cana é uma das bandeiras do Protocolo Socioambiental, criado em 2007 pelo governo estadual. Atualmente, segundo dados da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Única), 72% das usinas paulistas não fazem mais a queima da palha da cana. No caso das empresas ligadas à Única, o índice sobe para 85% no Estado. "A obrigação legal é de mecanizar totalmente a colheita até 2021, mas as usinas que aderiram ao plano se comprometeram a atender à exigência antes de 2014", afirma o consultor técnico da única, Alfred Schwartz.
Contudo, manter-se na lista do programa Etanol Verde implica uma série de investimentos aos usineiros. De acordo com Schwartz, uma única colheitadeira, com seus equipamentos auxiliares, pode chegar a R$ 1,5 milhão. Além disso, outras ações fomentadas pelo programa, como a redução do consumo de água na produção sucroalcooleira, necessitam de gastos elevados com infraestrutura.
Acompanhamento
Manifestar interesse pelo certificado é o primeiro passo para que a usina seja outorgada com o selo Etanol Verde, mas a Secretaria de Meio Ambiente pondera que, para manter o título, é necessário comprovar que o plano está sendo cumprido. O acompanhamento do Protocolo Agroambiental é realizado por um grupo executivo, por meio da apresentação de relatórios e planilhas de dados e visitas técnicas às indústrias.
Uma das usinas a sustentar o selo desde a criação do protocolo, em 2007, é a unidade de Sandovalina da Umoe Bioenergy. A indústria produz 220 milhões de litros de álcool por ano, resultado da moagem de 2,6 milhões de toneladas de cana. "Ter o selo é motivo de orgulho, pois comprova que estamos gerando empregos, energia e desenvolvimento para a região de maneira sustentável, ou seja, cumprindo com as normas estabelecidas pelo governo e mantendo ações de preservação e respeito ao meio ambiente", afirma a assessoria.
SAIBA MAIS
Acordo pioneiro
O Protocolo Agroambiental surgiu como um acordo inédito entre as Secretarias Estaduais do Meio Ambiente e da Agricultura e Abastecimento e o Setor Sucroenergético, representado pela Única e pela Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), "visando criar mecanismos para estimular e consolidar o desenvolvimento sustentável da indústria da cana no Estado". A mecanização da colheita, o gerenciamento racional da água e dos resíduos, além da recuperação de matas ciliares, estão entre as principais metas do plano.