Evento tradicional da cultura japonesa realizado anualmente em memória aos antepassados, no Cemitério Japonês de Álvares Machado, o Shokonsai, que significa “convite às almas”, chega à sua 104ª edição nos dias 13 e 14 de julho. No sábado, a programação começa às 11h. Já o domingo inicia mais cedo, com culto budista na capela a partir das 9h, seguido de reverência e oração pela paz em memória aos soldados falecidos na Segunda Guerra Mundial de todas as nações, e celebração do Ritual do Sakê.
No decorrer dos dois dias de festival, serão diversas apresentações artísticas, como karaokê e taiko. Ao fim do domingo, ainda será realizado o tradicional Bon Odori, simultaneamente com o Ritual das Velas. Uma praça de alimentação funcionará também nos dois dias de festa, com diversos pratos típicos da culinária oriental. Exposições culturais, workshops e atividades gratuitas para crianças, adultos e idosos completam as atrações, promove a Aceam (Associação Cultural, Esportiva e Agrícola Nipo-Brasileira de Álvares Machado).
O coordenador do Shokonsai, Luiz Takashi Katsutani, declara que os objetivos do evento são preservar e divulgar a cultura japonesa, além de transmitir para as novas gerações as tradições e a religiosidade que, por anos, se mantêm com o culto aos antepassados. Além de apoiar iniciativas de inclusão social e educacional, o festival auxilia as associações nipo-brasileiras de Prudente e região e algumas entidades filantrópicas de Álvares Machado e ainda da capital do oeste paulista.
“Toda a arrecadação da praça de alimentação do evento é destinada às entidades, custeio da Aceam e manutenção do cemitério japonês. O festival também disponibiliza estandes para venda de produtos produzidos por entidades beneficentes e empresas”, conta. Outra preocupação da organização é em relação à sustentabilidade e o meio ambiente. Sendo assim, a reciclagem é procedimento adotado em relação aos resíduos do evento.
Luiz lembra que o cemitério japonês de Álvares Machado é o único da América Latina. Nele estão sepultados 783 descendentes de japoneses e apenas um brasileiro, Manoel da Silva, que morreu assassinado ao lado dos orientais, em 1920. O local foi tombado como patrimônio histórico pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), em julho de 1980.
Criado pelos moradores da região pela necessidade de enterrar seus mortos em uma época em que ocorriam muitos falecimentos em pouco tempo, inclusive de recém-nascidos, devido a doenças como malária, febre amarela, entre outras, sem contar os acidentes, o cemitério trouxe alívio à comunidade nipônica que residia na área. “Anteriormente, os enterros eram acompanhados de seis a sete pessoas que revezavam para carregar o caixão a pé, por 15 quilômetros, em meio à mata, até chegar em Prudente para realizar o sepultamento”, revela a Aceam.
“O shokonsai surgiu da vontade das famílias em fazer uma celebração para os entes queridos falecidos. Na época, definiram a data, 15 de julho, que é o Dia de Finados no Japão, conhecido como Obon, ‘o dia que os espíritos retornam a este mundo para visitar seus parentes’”, ainda explica a associação.
SERVIÇO
SHOKONSAI DE ÁLVARES MACHADO
Dia 13/07 – a partir das 11h
Dia 14/07 – a partir das 9h
Local – Cemitério Histórico Japonês (Estrada Vicinal Vereador José Molina, Km 2)
Estacionamento – R$ 10
Divulgação/Marcel Sachetti
Cemitério Japonês foi tombado como patrimônio histórico pelo Condephaat, em 1980
