"Nosso ato é contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 241/216, que congela os investimentos públicos por 20 anos", afirma Sônia Auxiliadora de Vasconcelos Silva, executiva da CUT (Central Única dos Trabalhadores), ainda no início da manifestação realizada no fim da tarde de ontem, na Praça 9 Julho, no centro de Presidente Prudente, que reuniu cerca de 100 participantes.
"Nosso objetivo hoje é mostrar à população o quanto essa medida prejudica todo mundo, pois, congelando recursos da saúde e educação, você retira os direitos dos trabalhadores", ressalta a sindicalista. "Realizamos panfletagem na cidade durante toda a semana e as pessoas estão sendo muito receptivas", acrescenta Sônia.
Protesto contra o governo federal foi realizado no fim da tarde de ontem, no centro
Chamada pelos manifestantes de "PEC do Fim do Mundo", a proposta apresentada pelo governo federal já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e agora será analisada pelo Senado Federal. Ainda de acordo com informações da CUT, "com esta proposta, em 20 anos, a saúde pode receber R$ 743 bilhões a menos e a educação, em 10 anos, pode ter R$ 32,2 bilhões a menos, segundo estudos feitos por técnicos do Ipea ".
Também conhecida como PEC do Teto dos Gastos, a proposta determina que, nos próximos 20 anos, o governo federal só poderá gastar o mesmo valor do ano anterior corrigido pela inflação.
Além de criticarem a emenda, que no Senado passou a chamar PEC 55, os manifestantes se mostraram contrários a medidas do governo de Michel Temer (PMDB). Entre estas, destaca-se a reforma da Previdência, que aumenta a idade mínima da aposentadoria para 65 anos, tanto de mulheres quanto de homens, e as reformas tributária e trabalhista. A medida provisória de reformulação do ensino médio e a "entrega do petróleo do pré-sal a empresas estrangeiras" também motivou os protestos.
Sobre os atos, o Palácio do Planalto respeita e considera as manifestações democráticas, mas não comentará manifestações em específico.
Assembleia de professores
Cercas de 350 docentes ligados à Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), de ao menos seis escolas da região de Prudente estiveram ontem na capital paulista, onde participaram de uma assembleia estadual da categoria.
Parte dos alunos ficou sem aulas por conta da paralisação que envolveu professores das seguintes escolas:
Professor Gildasio Silva Lima, de Caiabu; Escola Professora Liria Yurico Sumida, de Sandovalina; Escola Professora Anna de Mello Castriani, de Regente Feijó; Escola Francisco Pessoa, de Presidente Prudente; Escola Olga Yasuko Yamashita, de Pirapozinho; Escola Professora Maria Evanilda Gomes, de Itororó do Paranapanema.
"As escolas estaduais não estavam completamente paralisadas e tiveram aulas normais. E alguns dos períodos em que, porventura tiveram ausência de professores, terão a reposição determinada pelo Conselho Escolar de cada unidade", informa a pasta de educação.