“Velhice tranquila”: economista alerta para importância de “investir em si”

Especialista explica diferença entre previdência privada e Tesouro Direto como possibilidades de reserva financeira que se faz no presente pensando no futuro

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 14/07/2024
Horário 07:45
Foto: Freepik
Profissional explica sobre previdência privada e Tesouro Direto como opções de investimento
Profissional explica sobre previdência privada e Tesouro Direto como opções de investimento

Com mais de 10% da população brasileira já aposentada e um sistema previdenciário público em situação complicada, com “grandes problemas e déficits enormes”, o economista Alexandre Godinho Bertoncello chama atenção dos moradores do oeste paulista para que pensem no futuro e avaliem, desde cedo, possiblidades que possam lhes garantir “uma velhice mais tranquila”. Previdência privada, tipo de investimento de longo prazo, que tem como característica garantir uma renda após um determinado período de contribuição, e Tesouro Direto, modalidade em que, ao comprar um título, os investidores emprestam dinheiro para o Tesouro Nacional e recebem juros em troca, estão entre as opções. 

“Quando você pensa no seu futuro e faz você mesmo suas aplicações, você tem autonomia de escolher quando e como fazer. E por esse motivo a pessoa consegue, por exemplo, economizar quantias diferenciadas a cada mês, o que não seria possível com a previdência privada, que tem um valor específico a ser depositado, ou seja, você tem muito mais mobilidade quando você, por si, o faz”, alerta o especialista.

Explica que a previdência privada é uma instituição que tem como princípio fazer uma previdência, o que se trata de uma reserva financeira que se faz no presente pensando no futuro. “Tem uma lei específica para ela. Você consegue abater, por exemplo, no imposto de renda, o que você coloca ali. Não é muito, mas ajuda. A maioria dos bancos, quando vendem isso, vende a ideia de que, além de você pensar no futuro, você paga menos imposto no presente. O problema das previdências privadas é que normalmente têm rendimento abaixo do mercado financeiro, meio que em troca daquilo que já abatem de impostos”, cita Alexandre.

Já o Tesouro Direto, segundo o economista, trata-se uma relação diferente, já que é uma forma com que o indivíduo empresta seu dinheiro para financiar dívida pública, ou seja, cede dinheiro para o governo pensando em um retorno a médio prazo. “Não tem isenção de imposto de renda e nenhum tipo de abatimento. Mas, não tem nenhuma relação com o sistema previdenciário, o que é uma vantagem em alguns pontos”, comenta. 

“O sistema previdenciário público, que a gente chama de CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], está com grandes problemas, déficits enormes. E o sistema previdenciário do servidor público, que é o regime especial, também tem inúmeros problemas, ou seja, déficits. E a previdência privada, ela não tem”, frisa. “Mas, ao mesmo tempo, ela está sujeita ao mesmo regime, o que é uma coisa relativamente preocupante, porque, o que aconteceu em países em crise na América do Sul, principalmente nesta questão previdenciária? Os países estatizaram essas previdências. E por esse motivo tem que se pensar duas vezes antes de colocar todo seu dinheiro em uma previdência privada”, chama atenção.

Na balança

Demonstrada, portanto, a importância de se fazer uma reserva pensando na vida após os 60 anos, o profissional ressalta que cabe a cada um analisar qual o melhor tipo de investimento para si. “Por que é importante o cidadão comum pensar no futuro? Porque a previdência, ou o INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], como nós o conhecemos, está com problema sério de contribuições ligado ao fechamento da janela demográfica. Temos uma quantidade enorme de pessoas já aposentadas no Brasil e, se você for você pegar os que tem benefícios mais os aposentados, estes somam mais de 30 milhões de pessoas”, destaca Alexandre, ao indicar, deste modo que, como o Brasil tem um pouco mais de 200 milhões de pessoas, isso significa que mais de 10% da população brasileira já é aposentada. “Isso é muito. Deixamos de ser um país jovem para vir a ser um país velho em muito pouco tempo. Por esse motivo é recomendado a todos os leitores que, primeiro, cada um pense em si, para que consigam ter a garantia de ter uma velhice mais tranquila”, finaliza o economista.

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Alexandre: “Deixamos de ser um país jovem para vir a ser um país velho em muito pouco tempo”

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