Aos 64 anos, Josué Alves Macedo disputa pela segunda vez o cargo de prefeito de Presidente Prudente nas eleições de 6 de outubro. Natural de Presidente Bernardes, ele representa na capital do oeste paulista o Psol (Partido Socialismo e Liberdade), que está federado com a Rede Sustentabilidade. Solteiro, ele próprio se define em suas redes sociais como analista administrativo, especialista em transporte, pesquisador, agente público, redator e dirigente partidário. Sua primeira participação na corrida pelo Executivo da maior cidade da região foi em 2012, quando ficou em quarto lugar dentre seis candidatos. Antes, em 2010, concorreu como deputado estadual, chegando à suplência. Nas urnas, estará acompanhado neste ano pela aposentada Rosemary Castro Jardim, a Professora Rose. Nascida em Paraguaçu Paulista, ela tem 61 anos, é solteira e está em sua primeira participação política.
Nesta entrevista exclusiva a O Imparcial, Josué responde a oito perguntas, sendo seis questionamentos iguais para todos os seis candidatos à Prefeitura da capital do oeste paulista, e outros dois formulados por este diário de acordo com as experiências sociais e políticas dos concorrentes. Como forma de deixar o conteúdo final de forma mais semelhante possível, foi estipulado pela direção um tempo médio de um minuto e meio para cada resposta, não sendo permitidos ataques a outros postulantes na sabatina. A ordem de publicação das entrevistas nas edições dos dias 3, 5 e 10 de setembro, foi definida em sorteio. Confira:
O Imparcial - Caso eleito para assumir a cadeira do Executivo, qual deverá ser o projeto carro-chefe dentro do seu plano de governo?
Josué - Nós vamos, no dia 2 de janeiro, baixar o decreto “devassa”. Nós vamos entregar as chaves e as senhas do poder público para a CGU (Controladoria-Geral da União), MPF (Ministério Público Federal), MPE (Ministério Público Estadual), Polícia Civil e Polícia Federal, para que façam uma varredura, para que façam um levantamento minucioso e o mais amplo possível, nas contas e em todos os contratos da administração, incluindo das empresas permissionárias, como Prudenco (Companhia Prudentina de desenvolvimento), Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista), lixo, radar, transporte... Tudo será minuciosamente investigado com bastante calma, sem nenhuma perseguição, sem nenhum revanchismo. A população tem que saber. É o direito dela saber onde está sendo gasto o seu dinheiro.
Os alagamentos no Parque do Povo são um problema que ainda persiste no município. Se eleito, que medidas pretende adotar para sanar esse problema tão antigo?
Eu tenho dito constantemente que o Parque do Povo, muita gente não sabe, mas por baixo dele passa um rio. Aquilo ali, infelizmente, não tem solução a curto prazo. Nós vamos, eu não sei se o termo correto é convocar, convidar, contratar... Alguma coisa será feita. Nós vamos nos cercar de técnicos, especialistas na área, para que nos apresentem o que pode ser feito. Eu entendo que pode ser feito, sim, mas não iludo ninguém. Aquilo ali foi tão malfeito, mas tão malfeito e tão malconservado, ao longo dos últimos anos. Muita gente também não sabe que o Parque do Povo é uma APP (Área de Preservação Permanente). Ali jamais poderia ter sido feito o Parque do Povo. Mas, nós não estamos apenas reclamando, não. Nós vamos propor, sim. Eu não sou nenhum especialista em Parque do Povo, mas nós vamos, sim, propor melhorias, benefícios, para que atenda toda a população.
A falta de incentivos fiscais ainda é uma justificativa para que novas empresas deixem de se instalar em Prudente. Quais são as suas propostas a fim de que a cidade se torne um polo atrativo para investimentos e geração de empregos e renda?
Eu tenho dito sempre que o prefeito de Presidente Prudente é um embaixador do oeste paulista. Ele tem que se constituir em uma figura líder. Ele tem que transitar com facilidade nas esferas federal e estadual. O prefeito tem que mobilizar a sociedade, o empresariado, principalmente, estimulá-lo, convocá-lo para participar, para que ele, o empresariado, dê a sua contribuição. Esse será um papel preponderante do novo secretário de desenvolvimento. Ele terá a responsabilidade de convocar uma mesa permanente de discussão, onde os atores sejam todos os empresários, a classe política, partidos políticos, parlamentares, mobilizar a sociedade no sentido de bater às portas do poder central e estatual, e até no exterior. Porque muita gente não sabe, tem um dinheiro sobrando no planeta, e ele tem que vir para cá.
O que o senhor promoverá, no âmbito financeiro, para equilibrar os cofres públicos?
Veja bem, o orçamento nosso está previsto para R$ 1.250.000.000,00 para 2025. O nosso propósito é fechar 2025 com R$ 2 bilhões, ou seja, mais R$ 750 milhões. De que forma? Buscar dinheiro fora. Infelizmente, o modelo administrativo das administrações passadas, sem nenhuma crítica contra eles, cada um tem o seu estilo, o seu jeito, mas ficar sentado lá no gabinete como se fosse sua cama, ficar o ano inteiro pegando migalhas de parlamentares, é R$ 100 mil de um, R$ 200 mil de outro, isso é muito pouco. Prefeito tem que se constituir em um líder que bata na porta dos poderes central e estadual, porque lá está o dinheiro. Nós vamos reduzir secretarias, nós vamos reduzir cargos. O que for possível fazer para se aumentar o orçamento, nós vamos fazer. Porém, é importante que o prefeito, mais uma vez, e eu tenho batido muito nisso, ele se constitua em um líder capaz de mobilizar novos recursos para Presidente Prudente.
A Cidade da Criança e o Parque Aquático são equipamentos com alto potencial turístico, mas precisam de manutenções para que voltem a ser usufruídos pelo público. Caso eleito, como pretende trabalhar para que o complexo volte à plena operação?
Olha, a Cidade da Criança foi, ao longo de muitos anos, lamentavelmente, sucateada. Foi abandonada, foi alvo de várias denúncias, processo... O que é lamentável. Prudente precisa se recuperar em todos os sentidos. Ali é um complexo muito grande, bonito. Eu entendo que nós vamos fazer um estudo completo, minucioso, se aquilo deve, de fato, continuar na mão do poder público ou ser terceirizado ou ser privatizado. Eu não tenho hoje uma posição fechada. Precisam me convencer que aquilo ali é viável para a manutenção, para que seja mantido pelo poder público. Se me convencerem disso, e os estudos dirão, ótimo. Será mantida pelo poder público, sim. Porém, temos que deixar claro: aquilo ali precisa de ser repensado. Será que é bom? Será que não é? Eu entendo que a população possa e deva fazer uso permanentemente.
Que trabalhos pretende desenvolver com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população carente desde a infância?
Bom, um dos nossos projetos diz respeito à ampliação de vagas em creches. Hoje, Presidente Prudente tem um déficit oficial de 622 vagas. O nosso projeto é, inclusive, mudar o conceito de creche. O conceito de creche passa a se chamar CCI (Centro de Convivência Infantil). Nós vamos criar, ao longo de quatro anos, 2 mil vagas. Estamos em estudo para desapropriar uma área de 20 mil metros quadrados. Pode ser central, como pode não ser. Pode ser pública ou não. Privada pode ser também. Para que se instale uma creche modelo com 2 mil vagas em quatro anos. Para isso, nós vamos buscar recursos junto ao MEC (Ministério da Educação). E à população, de um modo geral, nós faremos um estudo, um levantamento, de quem é a população carente de Presidente Prudente. Nós não temos dados oficiais, por mais transparente que seja hoje.
Usuários de transportes intermunicipal e interestadual constantemente reclamam das condições estruturais e de segurança do terminal rodoviário. O senhor acredita em um projeto de modernização para o local? Que medidas implantaria para melhorá-lo?
Olha, sobre a questão do terminal rodoviário, sobre segurança pública, é preciso deixar bem claro, esclarecer com bastante clareza, sem deixar nenhuma dúvida: a segurança pública é de responsabilidade do governo do Estado. Nós podemos contribuir? Sim, podemos. De que forma? Fazendo o levantamento com assistentes sociais, mas o problema de segurança pública mesmo é de competência do governador Tarcísio de Freitas. E nós vamos bater lá na porta dele, sim, e cobrar dele, para que a Polícia Militar, dentro do estado democrático, respeitando a integridade física de quem quer que seja, aja no sentido de garantir a segurança e a tranquilidade dos moradores de Presidente Prudente e da região.
Por qual razão o eleitor deve colocar a máquina pública em suas mãos?
Presidente Prudente viveu ao longo dos últimos 40 anos um estilo de governo que foram “pactos”, formados por grandes monopólios. O que esse impacto resultou? Nós perdemos posições importantíssimas para Bauru, Marília, Ribeirão Preto, São José Rio Preto, Maringá (PR), Araçatuba, entre outros municípios. Esse ciclo terminou. Nós estamos chegando com uma nova mentalidade. Nós queremos um pacto com a sociedade civil. Nós queremos um novo pacto federativo para Presidente Prudente. Eu me acho perfeitamente identificado com a construção desse novo pacto. É importante também que a população busque conhecer todos os candidatos. E eu digo, sempre pesquise. A tecnologia, hoje, permite. Dê um “Google” em “Josué Macedo”, mas dê também em todos os candidatos. Todos. Procure saber o seu passado jurídico, criminal, sem problema nenhum. Eu estou à disposição para que se pesquise tudo sobre mim e os outros candidatos também.
Leia mais
O Imparcial divulga calendário de entrevistas com candidatos ao Executivo de Presidente Prudente
