Sabemos que no processo de envelhecimento, invariavelmente muitas alterações irão acontecer. Seja na parte física como na mental. Com certeza as mais evidentes estão estampadas na cabeça, com quedas de cabelos, dificuldade para ouvir ou ver, alterações dentárias e a pele do rosto denotando que os anos se passaram.
Todavia, parece que muitos filhos ou parentes próximos conseguem enxergar melhor, que os próprios idosos, as outras alterações, as mentais, pela mudança de comportamento, sono, falha da memória e “dificuldade de lidar com eles”.
Aqui entram particularmente os transtornos psíquicos. E entre os diagnósticos psiquiátricos mais prevalentes em idosos e, também os mais difíceis de diagnosticar, estão os transtornos de ansiedade.
Um dos fatores complicadores é que tanto a ansiedade, o medo, bem como a esquiva que os idosos apresentam, são respostas normais e adaptativas, levando muitas vezes a uma ambiguidade inevitável na avaliação de idosos com sintomas leves.
Temos também outro fator complicador que são as emoções relacionadas à ansiedade que podem ser acompanhadas mais como sintomas somáticos.
Assim, o medo, uma reação normal a uma ameaça real, está quase sempre associado a hiperexcitabilidade do sistema autônomo; e essa pode ser difícil de ser identificada pelos idosos, especialmente quando já é crônica pela diminuição da memória dos fatos.
Já a ansiedade, uma experiência emocional de medo não acompanhado por uma ameaça evidente, pode ser sentida como uma tensão muscular, os quais podem se integrar ao pano de fundo da situação em que se encontra alguém com níveis de ansiedade cronicamente elevados.
E para dificultar, ainda mais, uma terceira complicação é que os transtornos de ansiedade costumam ser comórbidos uns com os outros e com transtornos do humor e da personalidade, o que pode dificultar a observação adequada das manifestações de cada diagnóstico.
Por fim, os transtornos de ansiedade e, apesar de vários avanços, o campo da psiquiatria ainda não está próximo da identificação nesta faixa etária.
Neste processo, idosos podem ter ataques de pânico esperados ou inesperados. Quando ataques de pânico persistentes induzem um temor contínuo e significativo de ocorrência de mais ataques, o transtorno de pânico é o diagnóstico mais provável.
Faz-se necessário, filhos, cuidadores e responsáveis pelos seus entes queridos idosos, estarem mais presentes, conversarem constantemente, observando sinais importantes, para um diagnóstico e tratamento mais precoce, evitando muitas vezes quadros importantes de solidão, depressão ou mesmo de suicídio.